segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
DISCURSO HIPÓCRITA
Católicos
e evangélicos são cristãos, dizem seguir a Cristo. Essa proposição é verdadeira
ou falsa?
A
primeira parte (oração) é falsa: “Católicos e evangélicos são cristãos”.
Por
quê?
Como
será verificado a seguir, católicos e evangélicos acreditam ser cristãos, mas o
negam com valores outros, com a obra realizada por eles.
A
segunda oração é verdadeira, porque católicos e evangélicos dizem seguir a
Cristo, malgrado contradizê-lo na prática.
Muitas
passagens bíblicas constituem argumento de autoridade às considerações acima,
como a expressa em Mateus 6:19-21:
Não queirais
entesourar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem,
onde os ladrões os desenterram e roubam. Mas entesourai para vós tesouros no
céu, onde não os consome a ferrugem, nem a traça, e onde os ladrões não os
desenterram, nem roubam. Porque onde está o vosso tesouro, aí está também o
vosso coração.
Com a mesma clareza e entendimentos, lê-se em
Mateus, 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de amar a
este, e desprezar aquele. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
Deus
e riquezas são antípodas, portanto, inconciliáveis.
Todavia,
a passagem mais luminosa, coerente com as duas supracitadas, pode ser lida
igualmente em Mateus, 22:15-21. Jesus responde aos fariseus que o inquiriam se
era correto dar tributo a Cesar. Com uma moeda, que trazia a imagem e inscrição
do imperador romano, Jesus não cai na armadilha e afirma com sabedoria: “Dai a
Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus”.
O
que é que se dá a Cesar?
O
dinheiro.
O
dinheiro pode ser dado a Cesar, sem problema. Em contrapartida, a Deus se dá o
bem imaterial, que transcende esta vida e conduz o cristão para a vida-além, o reino
do outro mundo (como afirmou Jesus ante Pilatos).
A
desculpa de padres e pastores é de que eles mesmos, homens que se dizem
cristãos, necessitam de dinheiro para viver nestes dias. A necessidade e o
dinheiro já existiam nos tempos de João Batista e de Jesus de Nazaré. Por que
não viver como eles, autênticos pregadores?
O
discurso hipócrita, que coaduna prosperidade material e preceitos cristãos,
como o fez o bispo Edir Macedo, serve como prova do que Nietzsche constatou há
um século e pico: “Deus está morto!”.
Esse
discurso só é possível em vista da lacuna aberta pela não inclusão de qualquer
um dos versículos supracitados nas missas e cultos nestes dias.
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
ELEIÇÕES
I – PESQUISAS PRÉ-ELEITORAIS
– O resultado das eleições deve ser confrontado com as pesquisas publicadas
anteriormente. Caso a margem de erro for pequena, renda-se homenagem ao acerto,
à seriedade dos institutos responsáveis, bom como aos órgãos de imprensa que
divulgaram a pesquisa. Caso contrário, com disparidade considerável entre
previsão e resultado, justifica-se uma campanha (pública ou privada) contra o
caráter tendencioso do instituto que elaborou a pesquisa e do órgão midiático
que fez a divulgação.
II – CAMPANHA ACUSATÓRIA – O
eleitor brasileiro já é constituído moralmente pelo meme* “falcatrua”, facilmente identificado em seus representantes
no governo, não mais se importa com as acusações pré-eleitorais de que esse ou
aquele candidato cometeu algum crime no exercício de seu cargo anterior. Nenhum
eleitor reconsidera o voto em vista de acusações feitas contra seu candidato. A
imoralidade é banalizada.
III – TEMPO PERDIDO – Os críticos
esclarecidos ainda não ousaram questionar a morosidade do processo eleitoral no
Brasil. Ao tempo perdido com esse processo, soma-se a demora na fase posterior
ao pleito, de formação e de adaptação do novo governo. O país para no mínimo por
seis meses, uma vez que seus políticos de carreira se encontram em campanha, em
suas bases eleitorais, ou se acomodando aos cargos a que foram eleitos.
*
Meme: o termo foi cunhado por Richard Dawkins em 1976, no seu O gene egoísta, e vem da palavra grega “mimeme”
(que significa “algo que é imitado”). O meme
está para a cultura como o gene, para
a biologia.
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
O DESAPARECIMENTO DE BÁRBARA
Muitas hipóteses buscam uma explicação para o
desaparecimento de uma pessoa. Numa escala de 1 a 10, do menor ao maior grau de
gravidade, a hipótese menos grave é de que o desaparecido está bem em algum
lugar, a esconder-se dos seus; e a mais grave, ele foi sequestrado e morto. As
hipóteses intermediárias são variações entre a vontade própria e a ação
criminosa de terceiro(s). As determinantes dessa vontade seguem um grau de
autonomia cada vez menor, da extravagância à depressão profunda.
O desaparecimento de Bárbara Machado Padilha
de Tupanciretã, Rio Grande do Sul, com base no que já se sabe até agora, indica
que foi um ato deliberado por ela. Sua motivação, todavia, permanece um
mistério. Segundo os comentários do marido e de uma amiga, Bárbara era
saudável, normal. Sim, até fazer o que fez. A decisão de fugir acusa uma
anormalidade, que é agravada pelo fato de efetivá-la sem os documentos. Essa
“loucura” parece se repetir no Posto Castelinho, em Santa Maria, quando Bárbara
sai da loja de conveniência e segue a pé.
O fato de deixar em casa seus documentos é
sintomático. Um dos casos mais famosos de desaparecimento, protagonizado por
Carlos Sanches Ortiz de Salazar, fugido de Sevilha em 1996 e encontrado 20 anos
depois a viver numa floresta próxima à Toscana, ainda conservava os documentos.
De Salazar, com 26 anos na época, escondia a depressão de que era vítima (não
obstante ser médico e psicólogo). No momento em que foi identificado, ele
expressou o desejo de continuar recluso e desapareceu outra vez.
Bárbara fugiu sem documentos, cartões ou
sacola de roupas, algo que sugere duas hipóteses: menos grave, saiu com a
intenção de voltar logo; e, mais grave, sua intenção é desaparecer para sempre,
com ou sem uma nova identidade. Ao prosseguir a pé sua fuga, num local bastante
afastado do centro de Santa Maria, enfatizo, confirma uma forma de insensatez.
Para que Bárbara compraria água e chocolate na conveniência? Para caminhar sem destino,
como indica o último registro das câmeras, ou seguir viagem para outra cidade?
A posse do celular endossa a intenção de um novo contato, pelo menos para sua
acolhida em Santa Maria.
O celular não faz sentido na hipótese de
Bárbara seguir o exemplo do médico espanhol, a se isolar na mata. Logo ficaria
sem carga. Nesse caso, a polícia não poderia suspender as buscas tão somente
porque é chegada a noite. Não há policial disponível? Patrulha de voluntários.
A lei não permite? A lei está errada, não pode preceder à vida de uma pessoa. A
propósito, Bárbara corre um perigo óbvio, factível: ser encontrada antes por
homens maus. Dessa forma, a hipótese menos grave se aproxima da mais grave, a
fechar uma escala circular.
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
MONTANHA ACIMA
Nietzsche
criou duas metáforas para representar a trajetória do homem ao além-do-homem: a
da corda estendida sobre um abismo e a da subida em direção ao alto, à montanha
acima da cidade e de sua praça.
Desde antes de ler Nietzsche pela
primeira vez, concebi a busca da sabedoria como uma caminhada, exatamente como
pensara o filósofo há mais de um século. Ele afirma (lembro duas vezes) que
quanto mais você se eleva, menor se afigura aos que continuam embaixo, seja por
estes são ludibriados por uma ilusão de ótica, seja por inveja.
Uma vida é demasiado curta, a tomar
como referência nossa cultura, para se chegar ao topo, mais próximo da luz que
deve irradiar por lá. No entanto, desde já gozo de uma visão que se aclara à medida que subo mais e mais. Nessa visão,
incluem-se aqueles que sequer começaram a subida, por falta de coragem,
tibieza, despeito ou presunção. Eles se encontram (ou se perdem) no rasteiro do
sopé, incapazes de se desvencilharem do peso sobre seus ombros.
Uma aporia me perturba ao longo da
caminhada: ainda sinto compaixão pelos meus semelhantes (por um lado) e uma vontade
inquebrantável de subir ainda mais (por outro). Aquele sentimento me puxa para
baixo, ao contrário da força ativa, que me torna mais livre e mais seguro.
Todos devem se conduzir pelas próprias pernas, fazer seu próprio caminho – algo
que depende de um querer determinado.
Na altura em que me encontro, o vento é
fresco e o estar-só uma condição
muito agradável. Tudo abaixo se apequena, visto pela compreensão ampliada
continuamente. Tudo acima ganha em claridade. A julgar pelo bem que experimento
desde agora, o alto é o meio do caminho, é descer outra vez, qual o personagem
liberto da caverna na alegoria de Platão.
Em meio à luta dos homens lá embaixo, correrei o risco de ser incompreendido como o foi Zaratustra, tomado como um excêntrico, um herege, uma ameaça aos valores tradicionais, às "verdades" instauradas pelo hábito. Já convivi com eles nas primeiras duas décadas da minha vida. Ainda jovem, portanto, iniciei esta caminhada.
sábado, 3 de outubro de 2020
SER-AÍ (CRÔNICA DE CURITIBA)
Hoje caminhei pelo centro de Curitiba. Esse passeio se
tornara uma rotina antes de ir para o Rio Grande do Sul em março. Minha residência
anterior distava uma quadra da Boca Maldita, o coração da capital, lugar em que
encontro alguns conhecidos.
A loja das
Livrarias Curitiba me acolhe como cliente especial. O Luiz se encontrava no
calçadão, a expor seus quadros de ipês carregados de amarelo. O Plá e a Flor,
sua companheira, talvez viessem mais tarde, para vender suas frases
filosóficas.
Sentado num
banco, entre os canteiros de flores, reencontrei um amigo do peito, poeta que
vivifica as palavras com a própria existência. Ele me contou uma história muito
triste sobre seu filho viciado, que o incomoda há dez anos. Estava sem celular
pela décima vez, afanados pelo adotivo para pagar as dívidas da droga. Malgrado
dois infartos, ele desabafou que renasceria com a morte do rapaz, um destino de
médio prazo.
Um tanto
impressionado com seu desabafo, deixei-o ali sob a manhã fechada de sábado. O
homem é boníssimo, mas sofre as consequências de escolhas pretéritas. Menos mal
que essa dor que o atormenta possa se constituir num leitmotiv para sua poesia, metaforizado em doçura.
O movimento na XV era intenso naquela hora da manhã. Milhares de pessoas num ir e vir sem fim, pleno de liberdade. Cada uma delas, todavia, personagem real de um drama maior ou menor, de um drama inimaginável.
Retorno pensativo para casa no Bacacheri, onde resolvo escrever esta crônica. Assim penso demonstrar textualmente minha empatia, meu ser-aí (no sentido hegeliano) propenso à intersubjetividade.
terça-feira, 15 de setembro de 2020
GRANDE CONSTITUIÇÃO TURCA
Como a Turquia ainda consegue
ser um Estado laico, se quase a totalidade da população é islâmica?
Essa questão desafiadora
ocorreu-me ontem, quando assistia ao filme Mucize
(O milagre)*. O professor Mahir
voluntariou-se para dar aulas num vilarejo distante entre as montanhas do oeste
turco. Ao chegar lá, depois de uma longa caminhada, Mahir constata que não há
escola desde sempre. Seus moradores são analfabetos e vivem segundo um sistema
moral fundamentado na tradição. Antes de tomar o trem de volta, Mahir decide ficar
e construir a escola, com apenas uma condição: a inclusão das meninas. As
instalações foram erguidas rapidamente com a ajuda de “bandoleiros”, gente do
lugar que vive à revelia da lei.
Sem o
conhecimento necessário, sou instado a pensar de acordo com o estereótipo de
que os países islâmicos do Oriente são governados teocrática e ditatorialmente,
cujos exemplos mais conhecidos são o Afeganistão, a Arábia Saudita e o Irã. A
Turquia, todavia, representa uma bela exceção. Esse país é democrático,
ordenado juridicamente por uma das melhores constituições do mundo (reeditada
em 1982).
Num
tempo em que os regimes democráticos do Ocidente se permitem laivos conservadores,
de fundamentalismo religioso, de recaída fascista, de inclinação de direita ou
de esquerda, a Turquia continua o Estado democrático, secular. Embora o
presidente Recep Tayyip Erdogan tenha apoiado o domínio muçulmano, com a
conversão de igreja ortodoxa cristã em mesquita, a constituição turca
transcenderá a esse político. Obviamente, o país sofre outras ameaças
políticas, como a organização marxista dos curdos e a tensão com a Grécia.
A laicidade da Turquia, ouso dizer, representa
uma das maiores barreiras intercontinentais para o avanço islâmico em direção
ao Ocidente.
* Filme turco lançado em 2015, dirigido por Mahsun Kirmizigul.
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
ANA SAUDADE (conto)
A
trilha molhada até a várzea não firma os tamanquinhos já gastos de Nenê e
Menina. Ana os segue de perto, a pedir que os pequenos tomem cuidado para não
cair no barro. Mais abaixo, os três pegam uma estrada melhor entre o morro e o
Rosário.
A
caminhada não termina na Sédia, onde moram famílias com mais haveres. Nenê
sonha de olhos abertos, azuis como a nesga de céu que se mostra por trás das
nuvens:
–
Mãe, por que a gente não se muda pra cá?
Ana
sorri com a pergunta, balança a cabeça negativamente. A menina adivinha seu
desejo inconfessável? Outra coisa a preocupa nesta tarde, como tantas tardes
dos últimos dois anos. Otávio prometeu-lhe escrever do Rio de Janeiro. Uma
carta veio há dois Natais. A saudade continua a crescer no peito como um
espinheiro.
Nenê
e Menina diminuem o passo, admirados com o movimento da vila.
Andem! Andem! Não querem ver o trem? Na volta, vamos à igreja.
Ainda
falta meia hora para chegarem à estação do Curussu.
Sobre
a ponte, Menina joga uma pedra no rio. Inutilmente, o guri vira a cabeça para
ouvir o choque da pedra com a água. A ponte é alta demais. Com os tamancos na
mão, corre para alcançar a mãe e a irmã.
Uma
subida longa do outro lado do rio exige força na perna. A conversa cansa mais
agora, mas assim que eles chegam ao plano, Menina indaga a mãe:
–
O trem vem daonde?
–
Já te disse dez vezes, Menina. O trem vem de Porto Alegre e vai para São Borja.
–
Um dia quero ir pra São Borja.
–
Eu quero pra Porto Alegre – Nenê o contraria.
–
O trem não demora, depressa!
A
ponte da ferrovia, segmentos da linha férrea e a estação de Curussu são vistas
do morro. O coração parece sair pela boca dos meninos. A paisagem é muito
diferente da serra onde moram, rodeada de canavial e mataria.
Um
apito é ouvido. A locomotiva faz sua aparição, como se flutuasse no meio da
fumaça produzida por ela. O ritmo das explosões e do bater metálico das bielas
diminui a frequência. A parada está próxima. Ana e os filhos chegam finalmente.
Alguns
passageiros descem, outros sobem para dentro dos vagões. A viagem termina,
inicia-se ou continua (para aqueles que permaneceram no trem). Ana, Nenê e
Menina assistem estupefatos ao movimento da estação.
O
ritmo das explosões e do bater das bielas aceleram. A locomotiva expele fumaça
para todos os lados. As rodas começam a girar num chiado ensurdecedor. O trem
parte boqueirão afora. Curussu volta a fazer silêncio.
Ninguém ouve o coração de Ana, quando
se dirige ao responsável pela estação. Ela veio muitas vezes à espera da carta
de Otávio, o filho que foi embora e não dá notícia há dois anos. O ferroviário
procura entre os envelopes que tem nas mãos.
– Nada, dona Ana!
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
O FIM DA HUMANIDADE
Ao cabo de uma jornada de trinta anos
de viagem espacial, alienígenas chegam à Terra, o planeta com vida no sistema
solar. Para a sorte dos visitantes, encontram apenas vestígios recentes da espécie
humana. Certamente, os homens se oporiam a uma civilização mais inteligente, cujo
objetivo da viagem é de colonizar o planeta.
Caso ainda
sobrevivessem, os homens se surpreenderiam três vezes com essa “invasão”: os
alienígenas são criaturas bastante distintas das imagens criadas na Terra para representá-los
fisicamente; eles já alcançaram o nível 2 da Escala de Kardashev*, mais
inteligentes; e não são agressivos, malgrado o objetivo colonizador. Tais
características impactariam contra o preconceito antropocêntrico.
Depois de uma exploração rápida nos lugares demarcados
pelas ruínas, os alienígenas concluem as causas da extinção humana: pandemias
sucessivas e uma guerra nuclear. As máscaras formam montanhas nos lixões (não
eliminados pelo fogo) e cobrem a superfície de lagos, mares e oceanos. A radioatividade
ainda está presente no ar e nas coisas sólidas. Os exploradores deduzem a
partir de todos os sinais preservados, que a pandemia causou a guerra, e as
duas somadas precipitaram o fim da humanidade.
Décadas
antes do presente, em que os alienígenas chegam à Terra, um pensador humilde
imaginou os atores deste cenário escatológico: a China desenvolveria um micro-organismo
dez vezes mais letal que o Coronavírus; os Estados Unidos, com as provas dessa
criação, atacariam os laboratórios chineses. A guerra entre as duas
superpotências seria deflagrada instantânea e devastadoramente, o que significa
dizer a morte de bilhões de pessoas. Outros bilhões morreriam antes, atingidos
pela pandemia. Os bilhões restantes sofreriam o ataque de ambos os males.
Quando esse catastrofista escreveu sobre o futuro, alguns dos leitores o ignoraram simplesmente. Toda distopia repugna os espíritos otimistas, não importa se ela vem seguida de uma utopia: a da chegada dos alienígenas para povoar a Terra com uma nova civilização.
*
Nicolai Kardashev, astrofísico russo, calculou (em 1964) que as civilizações se
dividem em três tipos, segundo a quantidade total de energia à disposição.
Tipo I – civilização capaz de aproveitar a energia total de seu planeta;
Tipo II – civilização capaz de aproveitar o
total de energia de uma estrela;
Tipo III – civilização capaz de
aproveitar a energia de uma galáxia inteira.
A civilização humana estaria próxima
de 0,7.
Outros tipos foram acrescentados à
Escala de Kardashev.
sexta-feira, 31 de julho de 2020
OS VIZINHOS: UMA ALEGORIA DE MIA COUTO
quarta-feira, 29 de julho de 2020
MADRUGADA
Nada me foi negado, exceto o sono. Pelo contrário, meu coração está a exigir um novo sim, uma nova afirmação da vida.
A ouvir o canto dos galos (ante a perspectiva do dia), penso que o melhor caminho é a estrada, onde amealho horizontes.