Ao cabo de uma jornada de trinta anos
de viagem espacial, alienígenas chegam à Terra, o planeta com vida no sistema
solar. Para a sorte dos visitantes, encontram apenas vestígios recentes da espécie
humana. Certamente, os homens se oporiam a uma civilização mais inteligente, cujo
objetivo da viagem é de colonizar o planeta.
Caso ainda
sobrevivessem, os homens se surpreenderiam três vezes com essa “invasão”: os
alienígenas são criaturas bastante distintas das imagens criadas na Terra para representá-los
fisicamente; eles já alcançaram o nível 2 da Escala de Kardashev*, mais
inteligentes; e não são agressivos, malgrado o objetivo colonizador. Tais
características impactariam contra o preconceito antropocêntrico.
Depois de uma exploração rápida nos lugares demarcados
pelas ruínas, os alienígenas concluem as causas da extinção humana: pandemias
sucessivas e uma guerra nuclear. As máscaras formam montanhas nos lixões (não
eliminados pelo fogo) e cobrem a superfície de lagos, mares e oceanos. A radioatividade
ainda está presente no ar e nas coisas sólidas. Os exploradores deduzem a
partir de todos os sinais preservados, que a pandemia causou a guerra, e as
duas somadas precipitaram o fim da humanidade.
Décadas
antes do presente, em que os alienígenas chegam à Terra, um pensador humilde
imaginou os atores deste cenário escatológico: a China desenvolveria um micro-organismo
dez vezes mais letal que o Coronavírus; os Estados Unidos, com as provas dessa
criação, atacariam os laboratórios chineses. A guerra entre as duas
superpotências seria deflagrada instantânea e devastadoramente, o que significa
dizer a morte de bilhões de pessoas. Outros bilhões morreriam antes, atingidos
pela pandemia. Os bilhões restantes sofreriam o ataque de ambos os males.
Quando esse catastrofista escreveu sobre o futuro, alguns dos leitores o ignoraram simplesmente. Toda distopia repugna os espíritos otimistas, não importa se ela vem seguida de uma utopia: a da chegada dos alienígenas para povoar a Terra com uma nova civilização.
*
Nicolai Kardashev, astrofísico russo, calculou (em 1964) que as civilizações se
dividem em três tipos, segundo a quantidade total de energia à disposição.
Tipo I – civilização capaz de aproveitar a energia total de seu planeta;
Tipo II – civilização capaz de aproveitar o
total de energia de uma estrela;
Tipo III – civilização capaz de
aproveitar a energia de uma galáxia inteira.
A civilização humana estaria próxima
de 0,7.
Outros tipos foram acrescentados à
Escala de Kardashev.
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