O
Canal TILT do UOL, a versar sobre tecnologia, não é sério com a publicação da
matéria: “Mancha achada no meio do Sol poderia ou não ser um tardígrado?”.
A astronomia é uma ciência que evolui
atrás de hipóteses cada vez mais difíceis de serem comprovadas (principalmente
ao tratar de outras galáxias). No caso acima descrito, a pergunta beira o
ridículo.
Em primeiro lugar, não é no “meio do
Sol”, a significar um determinado ponto de sua superfície. Não se diz de
qualquer objeto na Terra, visto do espaço, que ele está no meio da Terra. Em
segundo, mesmo que você (leitor) seja leigo no assunto, começa a leitura (pelo
título mal formulado), a esperar uma análise da ESA (Agência Espacial Europeia)
ou da NASA, não de internautas bobalhões.
Após as imagens divulgadas do Sol por
essas agências, a mais importante observação desses “especialistas” de plantão
foi comparar uma das manchas solares com um tardígrado, e se esse micro-organismo
(0,5mm de comprimento) poderia sobreviver no Sol.
Uma das características conhecidas do
tardígrado é sua adaptação à alta temperatura, certamente não superior à da
água fervente. A ebulição desse líquido ocorre a 100ºC ao nível do mar, todavia
a temperatura da fotosfera solar é de aproximadamente 6.000ºC. Um pouco mais da
metade dessa temperatura é suficiente para fundir os metais mais resistentes.
Essa matéria do UOL é só mais um
exemplo do que é publicado amiúde nos sites
com maior acesso no mundo virtual. A sanha sensacionalista (para vender) não
tem limite, a atender a demanda sem limite da ignorância.
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