quinta-feira, 31 de julho de 2014

UM SONHO (QUASE REAL)


A síntese mais reduzida de A interpretação do sonhos, de Sigmund Freud, pode ser expressa na ideia de que "o sonho é a realização de um desejo".
A partir dessa "premissa", pergunto qual é o desejo metafísico do homem, aquele que o libertaria da finitude (com sua realização). Algumas das grandes religiões se originaram e se sustentam neste desejo: a vida depois da morte, a transcendência.
Isto posto, pergunto qual é a imagem (fantasiosa) que o homem tem do outro lado. EM nossa cultura ocidental, fortemente influenciada pela mítica cristã, o além consiste num lugar paradisíaco - onde não mais haveria sofrimento algum (inclusive o estimulado pela finitude).
Outro questionamento necessário: em estado terminal (mesmo em coma), o homem continua com a capacidade de sonhar? A única resposta é... sim.
A proximidade da morte, mesmo no âmbito psíquico, basta como estímulo de um sonho "libertador". A imagem feita do paraíso pela consciência não transfere seu conteúdo ao inconsciente na elaboração do sonho?
Em razão da fragilidade em que se encontra o sonhador (às vezes, entubado num CTI), as imagens produzidas por sua atividade onírica são, facilmente, fundidas às suas assemelhadas da vigília. Após sua recuperação, ele negará o sonho, com a certeza de ter conhecido o outro lado.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A NOTÍCIA

Uma notícia dada no Bom dia, Brasil dessa manhã impactou a maioria dos telespectadores. O âncora anunciou que o Brasil havia superado os Estados Unidos em...
Em o quê?
Não necessitamos de muito esforço, e uma relação de coisas pode ser feita na tentativa de responder em que o Brasil superou os Estados Unidos.
O brasileiro esperto já sabe que não se trata de algo sério. Ao contrário, seu compatriota inteligente espera se surpreender com a sequência da informação. Sim, inteligência ainda se relaciona à seriedade, à ética...
Afinal, em que o Brasil superou o todo poderoso país do Norte?
Em... cirurgia plástica. 
Por que isso ocorre?
O brasileiro, mormente do segmento feminino, vê-se mais feio do que é na realidade? Mais feia? 
Finalmente, as nossas mulheres assumem que são mais vaidosas? Mais feias ou mais vaidosas? Ou mais fúteis?
Este último questionamento é necessário, na medida em que a vaidade ainda é justificável (apesar da lição milenar contida no Eclesiastes).
Mais vaidosa, sim. Mais fútil, não.
A notícia dada na hora do café, todavia, denuncia a futilidade brasileira. 
Os inteligentes que se danem.


terça-feira, 29 de julho de 2014

PARA REFLEXÃO

A GUERRA É A OFICIALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA,
QUANDO A MORTE DE PESSOAS TRANSFORMA-SE EM PRODUTO DE BARGANHA ENTRE POLÍTICOS INCONSEQUENTES.

A GUERRA É A MAIOR PROVA QUE DESMITIFICA A FILIAÇÃO DIVINA DO HOMEM - A ÚNICA CRIATURA QUE ORGANIZA ASSASSINATO, A SANGUE-FRIO, DE SEUS SEMELHANTES.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

DECADÊNCIA ANUNCIADA

Com os atuais jogadores, o Grêmio não melhorará sua performance substituindo o técnico - sempre o bode expiatório para salvar os dirigentes administrativos. Isso vem acontecendo com a maioria dos clubes brasileiros, má administração e decadência do futebol. O senso comum, todavia, só percebeu tal realidade agora na Copa do Mundo. Não adianta chorar, como fizeram os mais jovens. 
Cansado de ver o Grêmio empatar ou perder em casa (a mais bela casa do Brasil!), apostei hoje com outro gremista que chegaremos atrás do Internacional.
A má administração não decorre unicamente da crise financeira. Esta, por sua vez, também serve de bode expiatório. 
Vejam o gráfico abaixo sobre a dívida dos principais clubes brasileiros:


domingo, 27 de julho de 2014

MENOS ILUMINADA

Nossa blogosfera já atravessou o zênite da claridade. Atualmente, ela ingressa numa tarde cada vez menos iluminada. Essa apreciação (auto)crítica é incontestável, verdadeira. Os blogues noticiosos, entre os quais Nova Pauta e Rafael Nemitz, continuam suscitando um alto número de visitas. Outros, que se caracterizam como diário, poético ou ensaístico,  não mantêm o feedback da acessibilidade, tão necessário para a constante atualização. Alguns encontraram a fórmula do "sucesso" prolongado na diversidade dos gêneros textuais, como o do Júlio Prates.

sábado, 26 de julho de 2014

A GUERRA CONTINUA


Duas horas após o armistício, militantes do Hamas lançam mísseis contra Israel (que queria prolongar o cessar fogo).

sexta-feira, 25 de julho de 2014

FEIRA DO LIVRO DE SANTIAGO

Hoje ocorreu a primeira reunião para tratar sobre a próxima Feira do Livro de Santiago. Presentes: Denise Cardoso (Secretária Municipal de Educação e Cultura), Lenice Kovalski, Jackeline Arruda, Arlete Gudolle Lopes, Júlio Rafael, Fátima Friedriczewski, Márcio Brasil, Tainã Steinmertz, Selina Steinmertz Brasil, Deise Marchezan, Nelci Guerra, Rodrigo Neres, Roselaine Esmério, Erilaine Perez e este blogueiro.
A Feira do Livro acontecerá na Estação do Conhecimento, de 6 a 9 de novembro. Mais de dez livrarias já confirmaram presença (Santo Ângelo, Santa Maria, São Luiz Gonzaga, Porto Alegre e Santiago). Este ano, será lançado o livro de poesia, ainda inédito, Tempo pássaro, de Ney Arami Dornelles. A biografia de Arno Gieseler, reunindo fotos e dados de suas esculturas, bem como alguns fatos pitorescos de sua vida, também será motivo de uma publicação especial.
Para a 16ª edição de nossa feira, foi escolhido o slogan LER É BOM - EM QUALQUER ESTAÇÃO.  O patrono será BRENO CAMARGO SERAFINI, autor de Mosaico laico (poesia), Geração Pixel (poesia), Bichos de todos os reinos (infantil) e Millôres dias virão (tese de doutorado sobre a obra de Millôr Fernandes).

quinta-feira, 24 de julho de 2014

GAZA


GAZA NÃO GOZA
DE PAZ                A
               FAIXA
É GUIZA
QUE NÃO ACABA
SOB UM CÉU
DE FOGO
À GUISA
 DE GAZA

(Já postei esse poema em 7 de janeiro de 2009. Há uma diferença significativa entre "guiza" e "guisa". O poema apresenta um aspecto fonético, com "paz" mais "a" = "paza", para rimar.) 

GUERRA BÍBLICA

Israel passou dos limites ao se defender dos ataques do Hamas, partindo para o contra-ataque e matando gente inocente na faixa de Gaza. 
O Hamas não é inocente, tampouco o islã. O fim de Israel é doutrina dos guerrilheiros palestinos e dogma dos aiatolás. De um lado, "guerra santa"; de outro,  guerra "infernal" (segundo John Kerry).
Ao criticar a posição do governo brasileiro sobre o conflito, Israel expressa pela primeira vez sua ingratidão para o país de origem daquele que foi um gigante diplomático: Osvaldo Aranha.
A guerra na região é bíblica, desde Ismael e Isaque. Abraão foi forçado a expulsar Agar e o filho para o deserto. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

RÚSSIA VERSUS UCRÂNIA

Rússia e Ucrânia se acusam pela queda criminosa do Boeing-777, da Malaysia Airlines (de novo!).
Até este momento, a verdade é que a morte de 298 pessoas foi provocada por um míssil (russo) sob o comando dos rebeldes pró-Rússia na Ucrânia.
Empregando a mesma estratégia de Stálin, Putin acusa a Ucrânia pelo ato criminoso. Os americanos, todavia, sabem que a verdade é outra. 
A propósito, a partir de 1928, Stálin institui na União Soviética a "coletivização forçada", abolindo a propriedade privada da terra (segundo uma orientação marxista).
Sabem o que isso significou? A morte de milhões de pessoas pela fome e pelo fuzil. 
Por que os parentes dessas pessoas não reivindicaram da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas os direitos de indenizações? Por que lá não vingou a indústria da indenização?
A resposta é óbvia: Stálin mandou matar todos os parentes dos que se opunham à coletivização, ou que de algum modo ameaçavam seu governo. 
Todavia, o mundo, a partir da própria União Soviética, não acusava o ditador sanguinário desses crimes coletivos. Por quê? Simples, o ditador sanguinário delegava a um de seus assessores, entre os quais o mais famoso foi Nikolai Yezhov, a missão do expurgo. 
Mais tarde, Stálin fazia recair sobre seu delegado a culpa e o processava, e o condenava, e o executava... "a fim de, dessa forma, fazer brilhar sua inocência". 
Não era apenas os camponeses que eram executados. Stálin mandou executar, por exemplo, os próprios dirigentes do PC alemão, mais do que fizera Hitler (antes de 1933).
Os brasileiros que idolatram Stálin, mesmo tardiamente, fingem com a grande massa de ignorantes da História que a história é diferente.
Putin não esconde que traz alguns memes da antiga URSS em sua "genética político-cultural".

domingo, 20 de julho de 2014

LUA


A Lua se fez dos mesmos elementos da Terra, por isso ela está tão perto, a uma distância de 384.400 km. 
No princípio da aventura espacial, começada no século XX, o homem faria dela seu primeiro objetivo. 
Em meu caderno inaugural, escrito em 1989, textualizei o seguinte:
"Muita expectativa precedeu a descida do homem na Lua, em 20 de julho de 1969. Nesse dia, confirmou-se que ela é completamente estéril e que lá há um único motivo de beleza, de contemplação: um certo planeta azul."
Hoje faz 45 anos dessa primeira visita (que ainda gera desconfiança entre ignorantes e céticos). 
A partir desse feito, o homem ganhou força e coragem para ir mais longe, sempre mais longe, numa viagem interminável. Em naves não tripuladas por enquanto. 
A despeito de ter sido pisada, a Lua continua a inspirar os poetas, especialmente aqueles que amam a noite. Da mesma forma, ela continua a despertar o encantamento dos enamorados, dos românticos. 
Ainda que me declare pelo Sol, pelas manhãs azuis, já escrevi alguns poemas sobre a Lua... clara e luarizada. 


sexta-feira, 18 de julho de 2014

MERCEARIA BEIRA RIO


Para quem for a Jaguari, recomendo a MERCEARIA E INDÚSTRIA DE EMBUTIDOS BEIRA RIO, na Rua Olinto Couto, nº 890, antes da ponte, diagonal com a Prefeitura.
Produtos disponíveis: salame colonial, copa, carnes suínas, linguiça mista (com queijo, calabresa, toscana, tomate seco e manjericão, linguiça de frango, lasanha de carne e frango, lasanha de salmão, lasanha de camarão, lasanha de filé de peixe, escalope ao molho branco com champignon, bife a parmegiana, rondel, regatone, sanduíche quente, tortas, bombons, entre outros.
Foi uma grande alegria, reencontrar Ivana Bolzan depois de onze anos. Fomos colegas no curso de Letras da URI. Ela e o André Cassanta formam um casal que é pura simpatia. 


PIZZA NA BRASA



Esta noite,  eu e Erilaine fomos a Jaguari para a inauguração de PIZZA NA BRASA, empreendimento gastronômico de meu amigo Luís Anselmo Valente e Mairon Guerra. 
Todos os sabores de pizza, todos os tipos de vinho, todas as marcas de cerveja... Algumas especiais: CORONA, DOS EQUIS XX, FULLERS ESB, GROLSCH, PAULANER, RED MEX, ST. GALLEN, THEREZÓPOLIS, ZEHN BIER...
Impedido de beber, provei uma taça de vinho apenas.
Endereço: Rua Júlio de Castilhos, nº 1100 - Jaguari/RS (depois da ponte). 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

CINEMA PARA SALVAR A EDUCAÇÃO

Durante a Copa, quando poucos pensavam em educação (a despeito de nos maravilharmos com os torcedores japoneses, juntando o lixo no estádio), era promulgada a Lei nº 13.010, cujo conteúdo transcrevo a seguir:
"A exibição de filme de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais". (Redação horrível, com repetição do termo "exibição"...)
A primeira dúvida que me vem à cabeça com a leitura dessa lei é se o governo federal (executivo/legislativo) pretende salvar a educação de sua crise ou se intenta catapultar o cinema nacional.
Por esta e outras, a educação continuará em crise.


terça-feira, 15 de julho de 2014

MELHORES E PIORES


A Copa do Mundo no Brasil não escapou dos extremos melhores e piores momentos. Já na abertura do evento, o show do trio excêntrico Cláudia Leitte, Jenifer Lopez e Pitbull pode ser enquadrado como um dos piores momentos. Em contrapartida, a apresentação do exoesqueleto produzido pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis seria espetacular, mas a FIFA permitiu apenas um flash, alguns segundos. Mesmo assim, o chute dado na bola pelo paraplégico Juliano Pinto coloca-se entre os melhores momentos. Extrafutebol, outro momento bom (que se repetiu do início ao fim da Copa) foi a interação de torcedores nos estádios, ruas e Fan Fest. Em se tratando de festa, o brasileiro sabe protagonizar momentos inesquecíveis – em companhia de festeiros de outros países. Outro momento alto, de significativa demonstração de civilidade, foi propiciado pela torcida japonesa, recolhendo o lixo da Arena das Dunas, Natal, depois do jogo contra a Grécia. Dentro de campo, como um dos melhores momentos destaca-se o fair play (já assimilado como moral e manifesto como virtude). O pior momento (com exclusividade para os donos da casa, favoritos, até então, para conquistar o Hexa), certamente, representou a derrota de 7 a 1 para a Alemanha. Essa goleada se fixará na memória coletiva brasileira, de uma forma indelével como o Maracanazo. A derrota na Final para o Uruguai, em 1950, ocorreu no alvorecer do futebol, quando havia a perspectiva da ascensão, da primeira grande conquista (que ocorreria oito anos mais tarde, na Suécia). Desta vez, a derrota acontece no crepúsculo, quando o sol da glória, do orgulho, feito uma bola, é chutado para longe. Por derradeiro, um dos belos momentos da Copa, para os alemães e para todos os aficionados (que superaram o ufanismo patriota), foi o futebol jogado pela seleção campeã. 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A UNANIMIDADE NÃO É BURRA

A unanimidade não é burra (contrariamente ao que pensava Nelson Rodrigues). De uma forma semelhante, não é unilateral.
A relação entre burrice e unilateralidade é mais ou menos parecida com a que há entre ignorância e poder.
Uma aparente unanimidade sobre a Copa realizada em 2014: o futebol alemão evoluiu consideravelmente.
Por que aparente? Por uma razão dialética: a antítese é igualmente verdadeira, isto é, há unanimidade em relação à decadência do futebol no Brasil.
Pari passu com a nossa seleção nas últimas copas, também denunciam a queda o Brasileirão e os estaduais dos últimos anos.

sábado, 12 de julho de 2014

DECADÊNCIA GENERALIZADA

Com o título acima, postei neste blog em 03 JUL 11:
Os brasileiros achamos graça no empate entre Argentina e Bolívia (abertura da Copa América). Messi e Carlito não jogaram nada. Hoje foi a vez do Brasil. Os brasileiros sonhávamos com uma goleada. O resultado foi decepcionante: empate sem gol com a fraquíssima Venezuela. Neymar e Ganso não jogaram nada. Quem ri por último nem sempre ri melhor.
Venho afirmando isto: o futebol caiu muito em qualidade (principalmente na terra em que ele mais evoluiu). A seleção brasileira vem numa queda contínua desde os anos oitenta. A última participação na Copa do Mundo, na África, foi a mais fraca. O Campeonato Brasileiro do ano passado foi o mais fraco. Este ano não será melhor. O Gauchão foi o pior. Ganhou o menos ruim, nas penalidades. O Grêmio deste ano é inferior ao do ano que passou, inferior aos demais times montados pelo clube desde que me conheço como torcedor. 
Não entendo como a mídia que vive desse esporte se cala para tal decadência. Os torcedores não conseguem vê-la, obliterados pela paixão.
Neste momento, três anos depois, os entendidos de futebol debatem sobre a decadência do futebol brasileiro nas mesas redondas.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

DALE, ARGENTINA!


Logo após a fase de grupos, antes de se disputar as Oitavas de Final, um de meus colegas de trabalho escreveu em meia folha de ofício que a Final ocorreria entre Holanda e Colômbia (com vitória da Holanda).
Gostei da ideia. Depois de uma breve análise dos cruzamentos, cheguei à conclusão que do lado de cá da tabela havia uma dificuldade de se apontar um possível finalista. Entre os candidatos, Brasil, Alemanha e França, não resolvi minha indecisão. Todavia, do outro lado da tabela, apenas Argentina e Holanda. Não tive dúvida: Argentina. 
Dessa forma, escrevi em meia folha de papel o que mostra a imagem acima e fixei no quadro celotex.  Isso em 27 de junho, antes de serem disputadas as Oitavas. 
Em relação à decisão, domingo, no Maracanã, torcerei para a Argentina, mas reconheço o favoritismo alemão. Meu palpite para o jogo não está condicionado à emoção de torcedor. 

O FRACASSO DO ENSINO SUPERIOR


Um estudante de Letras que se digne é leitor. Se é leitor, provavelmente seja crítico. Todos sabemos que, em nosso país, os leitores são uma minoria (da minoria). Inclusive estudantes de Letras concluem seu curso sem ler um livro por inteiro. São aqueles que são se dignam a ser um estudante de Letras, ou não dignificam sua futura profissão, sua universidade, seu país... Mas essa falta de dignidade do estudante é uma das causas que levam ao FRACASSO DO ENSINO SUPERIOR (título do artigo da imagem acima).
Escrito por um estudante de Letras, o artigo destaca dois pontos a serem considerados no insucesso da educação superior no país: o esquerdismo que viceja nas universidades brasileiras e a necessidade de títulos e diplomas que permitam um melhor emprego. O autor exime o Estado (?).
O artigo de opinião, publicado no Zero Hora de hoje, foi produzido por Eduardo Dorneles (estudante de Letras). 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

CANHESTRA E INCONSEQUENTE



A INTERNET PROPICIA A DISSEMINAÇÃO DE UM LETRAMENTO QUE PASSA A CARACTERIZAR O SÉCULO XXI, QUANDO O INDIVÍDUO NECESSITA SE AFIRMAR COMO SUJEITO DA ENUNCIAÇÃO. ESSE DOMÍNIO ERA O QUE FALTAVA PARA SE COMPLETAR O TRÂNSITO ENTRE A DEPENDÊNCIA A ALGUMA FORMA DE AUTORIDADE E A AUTONOMIA - A LIVRE EXPRESSÃO DO INDIVIDUALISMO. 
AS CHAMADAS REDES SOCIAIS (COMO O FACEBOOK), NÃO OBSTANTE ESSA DENOMINAÇÃO, PRESTAM-SE PARA VULGARIZAR A NOVÍSSIMA TENDÊNCIA, QUE EMERGE AINDA DE UMA MANEIRA CANHESTRA E INCONSEQUENTE. 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

MAL DE PALPITE...!

Meus palpites sobre acontecimentos futuros são baseados numa análise racional do presente, diferentemente dos leitores de búzios, cartas, estrelas, pedras e o escambau.
Em julho de 2011, publiquei um texto no Expresso Ilustrado e em meu blog, Bola para longe, em que dissertava pela primeira vez sobre a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Nessa oportunidade, escrevi:
"Hoje a seleção brasileira vive a decadência, que, inexorável e definitivamente, perdeu o favoritismo que ostentou ao longo de quatro décadas..."
"A última Copa do Mundo e, mais recentemente, a Copa América provam que não há exagero em minha avaliação..."
"A condição de anfitriã não pesará como fator decisivo. Uma nova frustração calará mais fundo na alma dos brasileiros, porque desta vez ela virá ao crepúsculo (quando o sol da glória, do orgulho, feito uma bola, será chutado para longe)..."
Na previsão imediatamente acima, em tom poético (não tomar por profético), quis adiantar que uma derrota em 2014 seria mais sofrida que a de 1950. Em meados do século XX, o Brasil vivia a perspectiva da ascensão, da primeira vitória, que ocorreria oito anos mais tarde, na Suécia.
A derrota vexatória para a Alemanha ontem, nas semifinais, sela de vez a decadência do futebol brasileiro, não mais no amanhecer de um ciclo histórico desse desporto, senão em seu crepúsculo. Uma longa noite se estenderá à frente, para maior tortura dos insones.

(Essa decadência, diga-se de passagem, sempre tem um bode expiatório: o técnico. Um bode menor, que se criou na Granja Comary este ano: o emocional.)

terça-feira, 8 de julho de 2014

A DESCOBERTA DE EXOPLANETAS


........A descoberta de exoplanetas constitui um passo significativo dado pelo homem em sua aventura incansável universo afora, até onde alcança sua capacidade (sempre ampliada) de conhecimento. Do heliocentrismo copernicano ao Big Bang, nenhuma outra realização da ciência astronômica adquire um significado tão especial quanto à comprovação da existência de planetas fora do Sistema Solar.
........As grandes descobertas anteriores, ao romper com os paradigmas mítico-religiosos, afastaram o homem de uma transcendência, isolando-o num planeta cada vez menor. Antes de Copérnico, por exemplo, a Terra era o centro do mundo, em torno dela giravam o Sol, a Lua, as estrelas... Deus, nas palavras de Will Durant, "encontrava-se tão perto de nós, morando no seu sólio de nuvens". Com a revolução do matemático e astrônomo polonês, nosso planeta passou a ser comparado com um grão de areia, e Deus "foi afastado para o fundo do espaço sem limites". Novas descobertas determinaram que o Sol é uma estrela de quinta grandeza, localizada num extremo espiralado de uma galáxia, cuja estrutura básica se repete milhões e milhões de vezes num Universo em expansão acelerada. 
........Em seu isolamento crescente, o homem se pergunta por uma possibilidade de vida fora da Terra, nos planetas vizinhos. A resposta é não. E fora do Sistema Solar? Nenhum exoplaneta havia sido descoberto até a década de 1990, o que explica a ausência do próprio termo nos dicionários, enciclopédias e manuais de Astronomia. Com a tecnologia mais avançada dos telescópios, hoje esses corpos celestes são detectados aos milhares. Alguns deles muito similares à Terra. 
........A descoberta de exoplanetas é especial, na medida em que devolve ao homem a ventura de não estar só no Universo (como produto do acaso). Isso é extraordinário! O fato de existir vida extraterrestre (independentemente de sua forma), caso venha a se confirmar futuramente, reaproximar-nos-ia do Cosmos (cuja ordem tanto causou nossa admiração na Antiguidade). 
Nestes dias, passei a dar aulas de redação ao Mateus, que se prepara para um concurso. 
Na primeira conversa que tivemos, disse-me que tinha pouca leitura, que não dispunha de internet e que já concluíra o ensino médio. 
Como primeiro exercício (para verificação de suas dificuldades), pedi que escrevesse sobre a descoberta de exoplanetas. 
Óbvio que ele não tinha conhecimento desse assunto, a começar pelo termo "exoplaneta".
Antes de recebê-lo em casa, havia separado uma revista de Astronomia, com uma ampla matéria sobre exoplanetas. 
Ainda assustado com o tema dado, alcancei-lhe a revista aberta, com a recomendação de ler atentamente a matéria publicada antes de produzir o texto dissertativo.  (Ninguém escreve sobre o que não sabe, seja uma descrição do objeto mais simples, seja a defesa de uma ideia.)
Depois que ele  foi embora, resolvi redigir algo sobre exoplanetas que servisse de modelo ao meu aluno, cujo resultado é o texto acima (sem relação alguma com a matéria da revista). 
Nele há perfeitamente distintas as partes estruturais de uma dissertação: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
A ideia central que defendo (e requeiro autoria) é de que a descoberta de exoplanetas viabiliza uma reaproximação do homem com o Cosmos, depois de extintas todas as formas de transcendências. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

UMA DESCOBERTA ESPECIAL

Nesta tarde, lendo e escrevendo sobre os exoplanetas, ocorreu-me uma ideia que preciso registrá-la (um meio imediato de requerer sua autoria). Todas as descobertas que o homem realizou ao ampliar seus conhecimentos sobre o Universo, afastaram-no de uma transcendência e de uma imanência, isolando-o num planeta cada vez menor, a Terra. Antes de Copérnico, por exemplo, a Terra era o centro do mundo, em torno dela giravam todos os corpos celestes (Sol, Lua, estrelas...). Com a descoberta de Copérnico (no dizer de Will Durant), "Deus, que estava tão perto de nós, morando no seu sólio de nuvens, afastou-se para o fundo do espaço sem limites". Depois descobriu-se que o sistema solar era diminuto, localizado num extremo espiralado de uma galáxia, cujo modelo se repetia milhões e milhões de vezes num Universo em acelerada expansão. Em seu isolamento crescente, o homem se pergunta: não há possibilidade de vida fora do nosso planeta. No Sistema Solar, não. E fora do nosso sistema solar? Nenhum exoplaneta havia sido descoberto. Mas os astrônomos passaram a detetá-los a partir da década de 1990. Com a tecnologia mais avançada do telescópio, hoje já são milhares de exoplanetas descobertos, alguns muito similares à Terra. A descoberta de exoplanetas é especial, na medida em que devolve ao homem a possibilidade de não estar só no Universo. Isso é extraordinário. Mesmo que não seja vida inteligente, numa forma estranha aos padrões aqui desenvolvidos... Mesmo que a distância seja um obstáculo intransponível, saber que a vida é imanente, universal... 
Resumidamente, a ideia que requeiro é esta: a descoberta de exoplaneta, com a possibilidade de existir vida, reaproxima o homem do cosmos (que voltaria a ter um valor).

A OU B?

Nas Quartas de Final, não me arrisquei a palpitar (exceto para Holanda e Costa Rica). Na transcrição dos jogos (postagem abaixo), coloquei à frente os nomes do Brasil, da Alemanha e da Argentina. As três seleções passaram para as Semifinais. 
Agora são dois jogos difíceis. Alemanha e Brasil adiantarão o que seria uma final. Diferentemente, a disputa entre Argentina e Holanda não poderia ocorrer senão na semifinal. Penso que a Argentina passará.
FINAL: Argentina e A... ou B? Alemanha ou Brasil? Pela primeira vez, desde 1970, não torço para o Brasil. 


quarta-feira, 2 de julho de 2014

QUEM PASSA?

BRASIL  x  COLÔMBIA
ARGENTINA  x  BÉLGICA
ALEMANHA  x  FRANÇA
HOLANDA  x  COSTA RICA

As quartas de final têm jogos mais difíceis de arriscar um palpite, diferentemente das oitavas.
Algumas observações:
o Brasil não é mais favorito (em razão de seu adversário);
dizem que a Colômbia tem um jogo "faceiro", o Uruguai que o diga;
a Argentina depende muito dos lances geniais do Messi (não de seus enjoos estomacais;
a Bélgica começou a jogar o futebol prometido antes da Copa;
o jogo Alemanha e França antecipa uma final merecida (pelo futebol apresentado até aqui);
a vencedora ainda enfrenta Brasil ou Colômbia;
a Holanda vence, mas não convence, mas deverá passar pela Costa Rica (a mais fraca das quartas);
esse é o único jogo fácil: Holanda.
Até sexta-feira, continuarei indeciso sobre quem vencerá nos outros três. 

COMPLEXO DE VIRA-LATA

O destaque dado a dois comentários favoráveis ao nosso país, do príncipe Harry e de Schweinsteiger (jogador da Alemanha), torna-se evidente a não superação brasileira do "complexo de vira-lata", definido por Nelson Rodrigues como sentimento de inferioridade, carência de reconhecimento externo.
A carência de reconhecimento externo se associa à necessidade de justificar imediatamente a realização da Copa do Mundo e de propagandear mediatamente um governo com feições socialistas - que se contradiz ao tomar a alta burguesia como argumento de autoridade. Ao invés do príncipe Harry, por que não a opinião do imigrante haitiano recém chegado ao Brasil? A propósito, Antônio Jorge Ramalho, especialista em Relações Internacionais, defende a missão de paz no Haiti a partir do ganho em projeção da nossa imagem no concerto das Nações Unidas.
Com base no que dizem os harrys, os schweinsteigers e os turistas festeiros de toda parte, forma-se o coro de que realizamos a melhor Copa de todos os tempos. Isso é bom para elevar nossa autoestima, sem dúvida, mas não o suficiente para superarmos the mongrel complex.