quarta-feira, 31 de julho de 2013

LÓGICA

a falácia
é fala
....macia
(gr)ávida
de vez
e via
de evidente
vera

diversa
do sofisma
livre
da vilania
a falácia
é in
.....válida
todavia

UMA TORRE A CONSCIÊNCIA

uma torre
              que prende
              na vigília
- a consciência

põe à chave
              as pulsões
              os desejos
              o corpo

faz do vinho
             da vida
intragável
             vinagre

faz do pão
delicioso
(da vida)
amanhecido

a consciência
            - uma torre
            que prende 
            na vigília 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

RÁDIO SANTIAGO PERGUNTA

A Rádio Santiago tem feito uma pergunta ao longo de suas programações, oferecendo um brinde para quem responde corretamente. 
Na sexta-feira, por exemplo, o desafio era responder em que cidade nasceu Miguel Marques. No site 
há o registro biográfico de que o cantor e compositor nativista nasceu em Uruguaiana. Errado. A resposta dada como certa pela RS é Soledade. 
Hoje a questão era dizer em que ano foi inaugurado o monumento à Imaculada Conceição, erguido no centro da Praça Moysés Vianna. O site da Prefeitura de Santiago 
registra 1955 como o ano de inauguração do monumento acima. Errado. O ano certo é 1956, de acordo com as anotações históricas em que se fundamentou a Rádio Santiago.
Com esta postagem, volto a afirmar que a Internet é uma nova babel, uma torre virtual (da altura em que orbitam os satélites) cheia de equívocos. 

MISTÉRIO SHERLOQUIANO

Há alguns anos, sou assinante do Zero Hora. O jornal é muito bom no fim de semana, com o caderno Cultura, crônicas, editoriais e artigos de opinião. Essa leitura é fundamental, na medida em que quero me manter atualizado em diversos assuntos. Por enquanto, o impresso resiste ao domínio açambarcador do âmbito digital. Infelizmente, nos últimos meses, não consigo ler o jornal de sábado. Toda vez que desço a escada de cinquenta degraus para buscá-lo na entrada do edifício, não o encontro mais. Como a porta não abre do lado de fora, um dos oito condôminos, ao sair para a rua, apropria-se indebitamente do jornal que pertence a mim, único assinante na Pinheiro Machado, nº 2231. Já afixei um pedido no quadro de aviso, dentro de um procedimento urbano, educado. Não houve efeito positivo. No sábado passado, aguardei o toque do interfone (acionado pelo entregador), às 6:50h, para descer em menos de um minuto. Ao girar a chave da porta de saída do apartamento, ouvi o mesmo clique ocorrendo num apartamento do 1º andar. Ao chegar no térreo, o jornal havia desaparecido. Saí à rua, onde não vi ninguém, à exceção de uma senhora que ultrapassara a esquina do Banco do Brasil. Fui atrás dela, para perguntar-lhe se não vira alguém saindo do prédio. Não a reconheci como moradora do Dom Manuel. Diante da negativa, voltei muito chateado ao apartamento, no 3º andar. A mulher surrupiara o jornal, guardando-o na bolsa de couro que levava consigo? O clique ouvido do 1º andar não era de uma porta se abrindo, mas fechando? Neste caso, meu vizinho/minha vizinha já esperava a chegada do jornal? Um mistério sherloquiano, cujo raciocínio para desvendá-lo é abdutivo, parte da conclusão conhecida para a descoberta da premissa anterior.
P.S.: O clique ouvido no 1º andar reduz para três os suspeitos de levar meu jornal.
 

domingo, 28 de julho de 2013

QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

Assista a este vídeo 
http://www.youtube.com/watch?v=6IgtwxesIwQ 
Os dez minutos que você perderá em assisti-lo equivalem a dez anos que ganhará em conhecimento.   

sexta-feira, 26 de julho de 2013

CIVILIZAÇÃO

O Papa FRANCISCO referiu-se ontem à CIVILIZAÇÃO ocidental. ENFIM, alguém percebe uma dimensão mais abrangente para a CONDIÇÃO HUMANA atual. 
Muitos dos PROBLEMAS sociais, políticos e culturais que se agravam na metade ocidental, são próprios da civilização, cujas origens também remontam a JUDÁ. 
Um exemplo: O crescente apego ao dinheiro, contra o qual discursa o PAPA, constitui uma informação dominante dos MEMES culturais do ocidente. A GLOBALIZAÇÃO não passa de um processo de influência açambarcadora da  nossa cultura, de que não escapam inclusive as comunidades budistas a partir do Tibete.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

ARGUMENTOS ATEUS

Excepcionalmente, dois conhecimentos me levaram ao ateísmo, ambos pertencentes à biologia evolutiva: os dinossauros e a semelhança cromossômica entre o homem e o chimpanzé. 
Os dinossauros abrangem mais de mil espécies, que dominaram o planeta por aproximadamente 180.000.000 (cento e oitenta milhões) de anos, desde o início do período jurássico ao final do cretáceo, há 65 milhões de anos.
A existência dos grandes répteis é um fato histórico, acredite ou não o mais ingênuo dos criacionistas.
Para mim, o dado mais importante é a duração de 180 milhões de anos. Isso é muito tempo, comparando-o com o da existência do homem, entre 5 e 7 milhões de anos. Onde estava ou aonde andava deus? O deus único da mitologia judaico-cristã)? 
Depois da extinção dos dinossauros, ainda demoraria 60.000.000 (sessenta milhões) de anos para o surgimento do homem. Um pouco mais violento o impacto ambiental que extinguiu os grandes répteis e também os mamíferos não teriam chances de sobreviver e evoluir. 
Narra a mitologia acima que o homem é um ser especial, feito à imagem e semelhança de deus, portanto, muito distinto dos demais seres vivos.
Raciocínio inválido, segundo a Lógica. Premissas e conclusão.
O que explica a efetiva proximidade cromossômica entre o homem e o chimpanzé? Apenas um par de cromossomos diferente. Quase cem por cento do mesmo DNA. 
Não há como contestar esse fato científico. O máximo que o criacionista pode alegar é a espiritualidade do homem. Para desmascarar esse grande embuste a ciência cede a vez para a filosofia (Xenófanes, Kant, Feuerbach, Nietzsche, Freud, Bertrand Russel, Michel Onfray...).

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A TERRA (AINDA VISÍVEL)


Gostei da postagem do Márcio Brasil, com a mesma imagem acima. Desde que assimilei as distâncias (e velocidades) astronômicas, venho escrevendo sobre elas, com o objetivo de chamar a atenção do leitor, despertá-lo de sua letargia intelectual. O Márcio se referiu ao ego e aos problemas maximizados pelo homem. 
Espanta-me a ignorância das pessoas, na melhor acepção do termo, a falta de saber. A dúvida que elas manifestam, via de regra, não pertence ao método cartesiano, mas ao erro, à ilusão dos sentidos. A Terra, o mundo em que vivemos não caberia dentro do ponto assinalado. Falta-lhes a noção de distância entre os planetas, entre os planetas e o Sol, entre o Sol e outras estrelas, entre uma galáxia e outra. 
A velocidade é outra grandeza física tão difícil de ser compreendida quanto a distância. Digo, mais difícil. A razão disso é que para os sentidos, a Terra encontra-se parada. Já postei várias vezes sobre esse assunto.

terça-feira, 23 de julho de 2013

POR QUE LER?


Desde que me tornei um leitor, tenho feito a pergunta do título acima. Obviamente, já cheguei a uma resposta, caso contrário, teria sido inútil meu tempo dedicado aos livros, um fracasso. Por que continuo a perguntar, então? A evolução intelectual me propiciou um acréscimo à condição de simples leitor, o de pensar e produzir textualmente. Esta minha atitude responsiva ativa, de autoinclusão como sujeito da enunciação, constitui o melhor resultado dos longos anos de leitura. Respondida a questão de foro íntimo, não posso apenas usufruir do êxito pessoal, sem envolver o outro. Neste aspecto, identifico-me com aquele que se liberta na alegoria de Platão, embebe-se na luz e retorna ao interior da caverna com a intenção de livrar os ex-companheiros ainda acorrentados pela ignorância. A pergunta é feita para eles: por que ler? A priori, a resposta aponta para duas generalizações: prazer e conhecimento. A leitura de entretenimento, a despeito de propiciar um quantum de felicidade imediata ao seu praticante, não o liberta da irracionalidade, do âmbito onde vicejam os preconceitos, as ilusões. Aqui parafraseio F. Nietzsche, fragmento 427, do livro Aurora: minha inclinação para o conhecimento é demasiado evidente para que possa ainda apreciar uma felicidade sem conhecimento. Cedo ou tarde, o leitor há de compreender essa verdade. Ele não precisa evitar a fruição de uma leitura menos densa, caracterizada pelo emocional (suspense, poesia, anedota etc.). Há livros científicos, filosóficos e (inclusive) literários que se equivalem a um curso superior. Três exemplos, respectivamente: O macaco nu, de Desmond Morris; A lógica da pesquisa científica, de Karl Popper; e O nome da Rosa, de Umberto Eco. Fundamental é a associação que o leitor experiente passa a fazer entre as diversas áreas do conhecimento.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

DIVERSOS

O papa aqui, o bebê lá... O Brasil católico e o Reino Unido monárquico vivem um momento de intensa emoção (depois de uma demorada expectativa). A razão fez as malas e viajou para um destino ignorado. O sentimento poderia trazer uma nova ordem, governar o mundo. 
***
O emocionalismo é facilmente observável, não a racionalidade. Excesso de sensibilidade (que Nietzsche condenava há um século e pico) e um mínimo de estoicismo.  
***
O frio, sustentam os pseudo-humanistas, é ruim para as pessoas carentes de abrigo, de roupas e cobertas quentes. No Facebook, todavia, eles pedem pela doação de cobertores para cachorros vira-latas. A exclusão é condenável, qualquer que seja o excluído. 
***
Todos reclamam do frio, mas se comprazem com o termômetro a marcar temperaturas negativas. A neve entangue e causa frisson.  
***

Veio o papa, veio a neve, veio o filho de Kate e William. Nesta segunda, também chegaram pelo correio os livros Ontologia e Lógica, para a continuação do meu curso de Filosofia.
***
A propósito, penso mais no inverno. Por exemplo, o frio foi ao longo da história evolutiva do homo sapiens (sapiens, pero no mucho), um fator de seleção, sobrevivendo os mais fortes, os mais adaptados para enfrentar os períodos de glaciação. 

sábado, 20 de julho de 2013

LIVRARIA INOVE



A Livraria Inove oferece uma grande variedade de títulos, lançamentos imperdíveis como os dois acima ilustrados: Clarice na cabeceira, organizado por Teresa Monteiro, e As consolações da Filosofia, de Alain de Botton. 
O primeiro é uma seleção de 22 contos de Clarice Lispector, feita por escritores, atrizes, cineastas, cantoras, críticos literários e jornalistas, que fazem a apresentação do conto de sua preferência. O segundo é uma recorrência à história da Filosofia, de onde o autor elege seis pensadores que contribuíram efetivamente para uma vida melhor: Sócrates, Epicuro, Sêneca, Montaigne, Schopenhauer e Nietzsche. 
Esse é o terceiro livro de Botton que compro na Inove, antes vieram Religião para ateus e Ensaios de amor
Essa livraria é exatamente o que faltava para a nossa cidade. A venda de livros é um dado que transcende o fator puramente comercial (do interesse de seus proprietários), para se constituir num fator cultural, ao provar que os santiaguenses estão lendo mais. 
Gostaria que todos os leitores deste blog dessem uma chegada na Livraria Inove, Bento Gonçalves, 1974 (ao lado da Veterinária Colpo).  

sexta-feira, 19 de julho de 2013

PALAVRAS DO ORACY

Geralmente, quando eu critico algum escrito de alguém, seus defensores leigos logo dizem  que  esse fulano é um homem bom e coisa e tal... Mas eu não falo de pessoas e sim de escritos, poesia ou prosa. O que interessa é o que está escrito. É o produto. Isso  é que analiso. Exemplo:  um  escritor pode ser um santinho na vida particular e escrever só mediocridades e besteiras. Por outro lado, o cara pode ser um cafajeste, e até  criminoso, e escrever bem. Prefiro o criminoso, pois o que interessa é o que está no papel, e não a vida particular do escritor... Ficou claro???   (Oracy)

Ninguém poderá dizer que o crítico (em Oracy) é um frustrado, que fracassou como escritor. Não o é. Ontem ainda dizia para a Erilaine que o Oracy, quando mescla ironia e humor, constitui-se num dos melhores poetas que conheço. Em Santiago, infelizmente, alguns iniciantes na arte literária são logo tomados pela afetação. Uma crítica a seus escritos é considerada uma ofensa pessoal. Nos anos oitenta, o Oracy criticava com acinte alguns de meus poemas, mostrando-me o que estava ruim. Nunca me magoei com suas críticas, elas foram fundamentais para minha evolução. 
Em 2006, prestei esta homenagem ao criador de belos sonemínimos:
TAUTOGRAMA
ora
ora
com

ora 
cor
ora
som

ora
céu
ora

ser
ora
cy 

NÃO TENHO RAZÃO?!

Leiam abaixo a minha postagem de terça-feira, sobre a morte do MC Daleste. Hoje circula a seguinte reportagem num site noticioso: AQUI

quinta-feira, 18 de julho de 2013

PRESIDENTE OU PRESIDENTA (MAIS UMA VEZ)

Uma pena que meu blog não tenha maior alcance. A blogosfera se movimenta com uma nova onda de postagens sobre o termo "presidenta". Minha postagem sobre o assunto é de 30 de outubro de 2010. Repito: 2010. Confira-a, clicando aqui.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

LANÇAMENTO DE LIVRO


Recebi há pouco o convite da professora e escritora Arlete Gudolle Lopes para o lançamento de seu O INQUIETANTE PERFUME DE CRAVOS, que ocorrerá no Centro Cultural de Santiago, dia 3 de agosto de 2013. 
Por mais de uma oportunidade, sugeri à professora Arlete que pensasse num livro. Pela qualidade textual apresentada nos artigos de opinião publicados no jornal Zero Hora, tenho certeza do sucesso dessa estreia no gênero conto.
A julgar pelo título, em que aparece a sinestesia, O inquietante perfume de cravos reserva-nos uma bela surpresa literária. 
Na condição de Patrono da 15ª edição da Feira do Livro de Santiago, convido a autora a fazer o relançamento da obra em outubro. 

LIVROS INESQUECÍVEIS

Os quarenta e poucos anos de leitura me autorizam a escrever sobre livros, destacando aqueles que mais me marcaram emocional e cognitivamente. A lista dos inesquecíveis pelo primeiro aspecto (o emotivo), certamente, poderá não ser do agrado do leitor, em razão da subjetividade, do gosto pessoal intransferível. Pelo segundo aspecto (o cognitivo), ao contrário, os títulos são todos recomendáveis. Não farei essa distinção, todavia, juntando fruição e conhecimento na relação a seguir. Na infância, antes de ter acesso a uma biblioteca, perdi a conta das vezes que me debrucei sobre o livro bíblico Juízes (mais tarde, substituí-lo-ia pelos Provérbios e Eclesiastes). A partir do acesso a uma biblioteca, os livros não mais cessaram de passar pelas minhas mãos. Eis uma pequena relação: A arte de amar (Fromm); A cabana do Pai Tomás; A erva do diabo; Alice no País das Maravilhas; A mutação interior; Um certo Capitão Rodrigo; A origem das espécies; A paixão segundo G.H.; A República; A revolução dos bichos; Armas, germes e aço; As eras de Gaia; Assim falava Zaratustra; Dicionário Filosófico; Capitães de areia; Cem anos de solidão; Confesso que vivi; Contos (Poe, Borges, Cortázar); Dom Casmurro; Don Quixote; Enciclopédia Conhecer; Fernão Capelo Gaivota; Grande sertão: veredas; Meu pé de laranja lima; Moby Dick; O caminho da servidão; O gene egoísta; O macaco nu; O mal-estar na cultura; O nome da Rosa; O pequeno Príncipe; O polegar do Panda; O processo; O profeta; Orlando; O som e a fúria; Os rios profundos; O velho e o mar; Poesia (Drummond, Leminski, Nejar, Neruda, Pessoa, Whitman); Tristes trópicos; Ulisses; Vidas secas; Werther. A falta de espaço não me permite citar o autor. Para sabê-lo, basta digitar o nome do livro no Google.
Esse texto se destina à coluna do Expresso Ilustrado, por isso não posso alongá-lo, aumentando a relação dos livros inesquecíveis.
Alguns títulos acima constituem metonimicamente a obra inteira de seu autor. Ao citar A arte de amar, cito os demais livros de Erich Fromm. A mesma intenção tive ao citar A mutação interior, de J. Krishnamurti, Um certo Capitão Rodrigo, de Erico Veríssimo, Assim falava Zaratustra, de F. Nietzsche, Cem anos de solidão, de García Márquez, O gene egoísta, de Richard Dawkins, O polegar do panda, de S.J. Gould, O mal-estar na cultura, de S. Freud, Orlando, de Virginia Woolf, O som e a fúria, de William Faulkner.
No caso de Carlos Castañeda, autor de A erva do diabo, não esqueço de Viagem a Ixtlán.  

terça-feira, 16 de julho de 2013

A GRANDE INVENÇÃO

A enciclopédia DNA ensina "como fazer" à grande estrutura (o corpo), para que tome providências no sentido de provocar o encontro entre dois gametas ou células carentes de um conjunto de cromossomas. 
A autoconsciência dessa estrutura viva, envergonhada da função natural a que se submete, inventa o amor. 
Desde então, para o homem, o mundo virou artifício (no âmbito discursivo). 

MC (MORTO EM CAMPINAS)

Uma reportagem no Fantástico passado girou em torno do assassinato do MC Daleste. O cantor de funk fora atingido por um tiro no abdômen no momento em que se apresentava num show em Campinas (SP).
O questionamento é saber quem atirou no rapaz e qual o motivo que o levaria a esse ato de desatino.  
No velório de MC Daleste, seu pai afirmou incisivamente que o assassino foi motivado pela inveja. 
Antes desse doloroso desabafo, assistindo à reportagem domingo, eu concluíra pelo ciúme, que inclui a inveja entre suas definições. A pequena diferença entre inveja e ciúme não invalida a tese. A ambição de ter o que o outro tem e o sentimento de perda se associam no caso do MC assassinado. 
A propósito, outros quatro ou cinco MC foram mortos em São Paulo, supostamente pelo mesmo motivo.
Quem mataria por inveja ou por ciúme?
O MC consegue rapidamente fama e dinheiro (mais que os anônimos seguidores do funk). Atrás da fama e do dinheiro, vem as mulheres fãs do funk.  Esse gênero musical é exclusivo para uma classe que ascende no Brasil: os comerciantes de droga. Ricos também, não desfrutam da mesma fama dos cantores. Da mesma forma, não arrastam as mulheres funkeiras menos ligadas ao crime organizado.
Quem mata em São Paulo (ou em qualquer parte do país) sem problema algum? Os psicopatas o fazem com menos frequência.
Portanto... 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

FILIAÇÃO DIVINA X MAL

Um dos memes que ainda exerce pressão sobre o comportamento do homem ocidental foi gerado pela cultura judaico-cristã. Como imagem e semelhança do deus muitíssimo bondoso que o criou, ele necessita provar continuamente essa origem divina. Não o consegue, todavia, em quase todos os momentos de sua vida. 
À exceção dos ascetas e santos, cada vez mais raros, o mal se sobressai nas pulsões mais profundas da natureza humana, cujos assomos são incontroláveis pela razão. 
A sociedade, constituída por centenas, milhares ou milhões de indivíduos, apresenta destes as mesmas características (elevadas à quinta potência). 
O exemplo da droga é oportuno para ilustrar o que é acima expresso. Os arautos midiáticos da nossa sociedade são unânimes em propalar que a droga é um dos grandes problemas atuais, passando-se a ideia de que não há solução exequível. O mal, bastante conhecido nas grandes cidades, hoje se alastra por todos os ambientes sociais. Inclusive no campo, onde não imaginava chegar a droga as cabeças mais ingênuas e saudáveis. 
A droga não está na genealogia do verdadeiro problema, não é causa, mas consequência de um desequilíbrio, de um desajuste no homem. O drogado representa a causa primeira, que leva à existência do fornecedor, do traficante, do comércio ilícito e violento. 
Não cito aqui (como argumento de autoridade) o genial Thomas Szasz, antipsiquiatra húngaro. Basta lembrar o discurso de Pablo Escobar, que jogou a verdade na cara da nossa  civilização. Para ele, a gigantesca demanda norte-americana forçava o envio da droga por avião, submarino, ou "mula". 
Em Santiago, falta traficante (considerando-se a demanda, que servia de justificativa para o chefe de cartel colombiano). Muitos santiaguenses, mais do que pode apurar a estatística, são usuários de droga. 
Cabe a classificação de "doença" à dependência desses usuários? (Não está mais para fraqueza de caráter, sem-vergonhice?) Mas é forçoso fazê-lo, visando salvaguardar a crença na grandeza do homem, em sua perfectibilidade subjacente.

VESTE

o amor é veste
             cerzida
com linhas
de mil palavras
para encobrir
        a nudez(a)
ainda in-
          civilizada

sábado, 13 de julho de 2013

COSMOGONIA

futuro:
o nada se retrai
para o ser
(em expansão)

presente:
o limite exato
do universo

passado:
o espaço-tempo
expandido
(dentro)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

POESIA

desafio:  transmutar
a linguagem
–  metáfora
do ser –
em metáfora
da linguagem,
isto é,
poesia

quinta-feira, 11 de julho de 2013

CAIXA DE PANDORA BRASILEIRA

Um dos preconceitos mais difundidos no país afirma, peremptoriamente, que o brasileiro não sabe votar. 
Não houve sindicato de qualquer uma das classes trabalhadoras que deixou de votar em Dilma Rousseff para presidente. Correto? Correto.
Dessa forma, os trabalhadores e seus líderes não saberiam votar, uma vez que passam a protestar contra a política do governo que elegeram. Correto? Errado.
Tampouco tenho razão em elaborar um preconceito substituto, de que o brasileiro não tem é opção. Qualquer uma delas levará a um governo que, cedo ou tarde, será pseudoavaliada como equivocada.
A verdade, inexistente nos preconceitos, deve ser buscada numa análise do sistema político vigente.
As primeiras vozes já começam a ser ouvidas no sentido de se fazer uma reforma política. Todavia, uma mudança política mudará seu agente, o homem? Não, absolutamente.
Por isso, uma das bandeiras mais presentes nos protestos é a da educação - esperança que, por derradeiro, deixa a "caixa de pandora" brasileira.

SISTEMA SOLAR


Uma equipe da NASA mapeou as fronteiras do nosso sistema e descobriu que há uma combinação de partículas em movimento na "cauda" da "bolha". 
A distância do Sistema Solar do centro da galáxia é de 33.000 anos-luz, em torno do qual gira a uma velocidade de 250km/s (ou 900.000 km/h).
Na ilustração acima, o Sol é o ponto luminoso no centro do círculo. Do ponto em que se coloca o observador da foto, a Terra não é vista a olho nu, a um milímetro do ponto brilhante. 
Nosso planeta acompanha o Sol com a velocidade acima, além de girar em torno do Sol, a uma velocidade de 107.000 km/h, e em torno do próprio eixo, a uma velocidade em torno de 1.666 km/h (que multiplicada por 24h, duração do dia, vai dar os 40.000 km da circunferência da Terra). Essa velocidade de rotação é a única que percebemos,  tendo como referência o Sol (que aparentemente se desloca em relação à linha do horizonte).


quarta-feira, 10 de julho de 2013

PÁSSARO TEMPO



a poesia me resgata
do trágico
sorvedouro
de corações
                  e mentes

o medo da morte
não fiz tema
de um discurso
ad misericordiam

o romantismo tardio
afetado
egocêntrico
me dá náuseas

sou mais real
que o rei
porque sei
sua origem
nos contos de fada

no entanto
sonho
com um pássaro
de asas imensas
chamado 
               tempo

SÁBADO


1.
as violetas
(ab)sorvem o azul
da janela
e pintam
um jardim
dentro de casa

2. 
o jornal
verte tinta
da impressão
e o cheiro de café
acompanha
                tua voz

3. 
lá fora
granadas de sol
contra as vidraças
seus estilhaços
enchem a manhã
de claridade

4. 
o ócio
para este dia
insubstituível
suspenso seja
o ofício
- é sábado

segunda-feira, 8 de julho de 2013

RIO GRANDE À FRENTE


Um estudo sobre eventos literários no Brasil, apresentado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, o Rio Grande do Sul aparece em primeiríssimo lugar. Anualmente, o nosso Estado realiza em torno de 130 eventos, muito acima de São Paulo (27), Rio de Janeiro (24), Minas Gerais (14) e Santa Catarina (10). Essa superioridade demonstra duas coisas, causa e consequência uma da outra: 1) as feiras de livro e festivais de literatura propiciam maior volume de leitura aos gaúchos; e 2) o maior volume de leitura dos gaúchos exerce uma pressão para a realização de eventos culturais na área das letras. A Feira do Livro de Porto Alegre é a mais antiga do país; a Jornada Nacional de Literatura deu a Passo Fundo, sua cidade sede, o título de Capital Nacional de Literatura; Santiago passa a organizar a 15 ª edição de sua Feira do Livro, que vem crescendo em número de visita e na venda de obras impressas. Sobre esse crescimento, penso que o evento é uma excelente oportunidade aos novos leitores santiaguenses, quem sabe já o resultado vivo da própria feira. Os dados em nosso favor, todavia, abastecem fracamente uma luzinha no fim do túnel (ou da caverna platônica). Em média, lê-se muito pouco (visando erradicar a falta de instrução, de conhecimento, que sabemos ser uma carência de âmbito social). O cidadão leitor compreende mais facilmente o porquê de suas crenças, de suas opiniões, de seus valores etc. Sem o domínio cognitivo, não há transformação efetiva da realidade. 
A nossa feira do livro é um evento significativo para a cultura da Cidade Educadora e Terra dos Poetas.

domingo, 7 de julho de 2013

BRINCADEIRA!!!

Por que ninguém fala sério sobre alguns problemas de caráter que identifica o homem brasileiro? Essa falta de seriedade já denuncia um dos problemas. 
O Dicionário Houaiss atribui três antônimos para o substantivo seriedade: ardil, indecência e indiferença. Basta tomarmos exemplos vivos da nossa realidade e aumenta o número desses contrários. 
O que aconteceu com Anderson Silva na luta contra norte-americano Chris Weidman? Os lutadores de UFC dizem que o brasileiro é arrogante (que não se pode confundir com sério). A mídia dos EUA o chamou de "petulante", "teatral" (que é falta de seriedade). 
Foi fazer gracinha na frente de seu oponente (que não é páreo para  um Anderson sério). 
Assistam ao vídeo  

sábado, 6 de julho de 2013

MERCADO PÚBLICO EM CHAMAS

Um incêndio de grandes proporções atinge o Mercado Público de Porto Alegre. 

LITERATURA

Cláudia Laitano publica a matéria Movimentos da literatura brasileira no caderno Cultura, ZH deste sábado. A jornalista transcreve o resultado de estudos apresentados na Flip, em Paraty, sobre o atual momento da literatura brasileira. 
Eis alguns dados:
Autores mais citados por pesquisadores doutores de literatura brasileira: 
Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Mário de Andrade. 
Número de fãs no Facebook:
Machado de Assis (38.642), Guimarães Rosa (2.431), Clarice Lispector (743.000), Graciliano Ramos (588), Mário de Andrade (18).
Autores vivos mais citados por pesquisadores doutores de literatura brasileira:
Milton Hatoun, Rubem Fonseca, Manoel de Barros, Chico Buarque e João Gilberto Noll.
Autores mais estudados no Exterior:
Machado de Assis, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade.
Autores vivos mais estudados no Exterior:
Chico Buarque, Milton Hatoun, Rubem Fonseca, Antonio Candido, Bernardo de Carvalho.
Autores mais citados em livros didáticos no Brasil:
Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Luís de Camões, Oswald de Andrade e Laerte.
FEIRAS/FESTIVAIS DE LITERATURA REALIZADOS POR ANO NO BRASIL, POR ESTADO:
Rio Grande do Sul (130), São Paulo (27), Rio de Janeiro (24), Minas Gerais (14), Santa Catarina (10). 

Este último dado é interessante para nós, gaúchos. A diferença entre o Rio Grande do Sul e São Paulo é equivalente a uma goleada de 5 x 0. 
Os santiaguenses estamos certíssimos em promover mais uma Feira do Livro. O número de livros vem crescendo a cada edição da feira, o que demonstra duas coisas: 1) a Internet é uma ferramenta que tem colaborado para desenvolver novos leitores e aumentar a demanda por livros impressos, contrariando previsões apressadas; 2) a própria feira em Santiago é também responsável pela formação de novos leitores, o que fica provado pelo aumento  na venda de livros a cada edição.  

sexta-feira, 5 de julho de 2013

UM LEITOR

JORGE LUIS BORGES principia o poema Un lector com os seguintes versos:
"Que otros se jacten 
de las páginas que han  escrito;
a mí me enorgullecen las que he leído"



quinta-feira, 4 de julho de 2013

PATRONO DA FEIRA DO LIVRO

Na terça-feira, dia 2, fui escolhido para patronear a 15ª edição da Feira do Livro de Santiago. 
A demora de dois dias para me manifestar sobre o fato em si confirma a dificuldade - não exclusivamente minha - da superestimação própria. 
Soma-se a esse aspecto, a falta de palavras para expressar o sentimento. Elas que me são tão profusas e lépidas para as ideias.
Pouco voluntarioso a me abrir sobre os assuntos da alma, sou instado a confessar agora a grande alegria de estar à frente desse evento importante para a cultura santiaguense. 
A consciência dessa importância me faz diligente desde já em bem exercer a função a que fui investido.
O lema escolhido para este ano é "LIVRO: PASSAPORTE PARA O SABER". 
Coerente com o lema da edição anterior, que foi "Ler: embarque nesta estação". 
A viagem é certa, rumo à Estação do Conhecimento.  

POEMA

o corpo é torre
onde a alma
se prende
com suave
            aldrava

o corpo é frágua
onde a alma
se forja
com sopros
            de nada

o corpo é tábua
onde a alma
se salva
com o advento
          da água

densa matéria
não sublimada
o corpo
é precária  
               alma
         

quarta-feira, 3 de julho de 2013

98,4%

Há um dado na postagem abaixo que gostaria de repetir: o homem e o chimpanzé compartilham de 98,4% do mesmo DNA. Não sou biólogo, para observar o DNA de cada um deles, mas considero verdadeiro o resultado a que chegaram os cientistas. Só um ignorante ou louco poderia duvidar de tal dado. Infelizmente, os criacionistas (que não sou ignorantes ou loucos) duvidam da evolução das espécies. 
Aproximadamente, há sete milhões de anos, as duas espécies se separaram, para nunca mais se reencontrarem. Por isso os primatas do gênero pan não mais se transformam em gente (do gênero homo), como insinua um argumento que debochava de Darwin. A espécie de chimpanzé se dividiria há três milhões de anos, dando origem a outra espécie: o chimpanzé pigmeu.
A percentagem de 98,4% impossibilita a teoria estapafúrdia de que os humanos vieram de outro planeta. Mas isso é outro papo. Por enquanto, contento-me com o desmistificar o criacionismo bíblico. 

DO BIG BANG A NÓS


O Big Bang ocorreu há 13,7 bilhões de anos. O Universo se expandiu, constituindo-se as galáxias. Depois de passados 8,7 bilhões de anos, num recanto espiralado da Via Láctea, formou-se uma pequena estrela de Hidrogênio – o Sol. Entre seus planetas sólidos, a Terra passou a orbitar na zona “Cachinhos Dourados”, nem muito quente, nem muito frio. No primeiro bilhão de anos, o planeta girou em torno do Sol sem o mínimo sinal de vida. Um bilhão é equivalente a mil milhões. Lentamente (tratando-se de milhões de anos), começam a se desenvolver entes unicelulares. Três bilhões ainda demorariam para acontecer a Explosão Cambriana, quando os continentes foram tomados pela biodiversidade. É cedo para perguntar sobre o homem. Trezentos milhões de anos decorreriam até surgir até surgir os grandes répteis durante a Era Mesozoica. Os dinossauros reproduziram-se por 190 milhões de anos, até sua extinção há 65 milhões de anos, em decorrência de uma brusca mudança climática provocada pela queda de um grande meteoro. Alguns milhões de anos mais tarde, surgiram os mamíferos. Dessa classe, desenvolveu-se a ordem dos primatas, que daria origem a diversas espécies. Entre seis e sete milhões de anos atrás, ocorreu a última divisão na família hominidae: chimpanzé (para um lado) e homem (para outro). As duas espécies compartilham de 98,4% do mesmo DNA. Há quatro milhões de anos, nossos ancestrais evoluíram para o bipedalismo e, consequente maior utilização das mãos. Dois milhões de anos até o fabrico da machadinha de pedra. A saída do ambiente florestal para a savana, levou à perda parcial dos pelos. Um milhão e meio de anos mais tarde (sempre em torno de), o homem passou a dominar o fogo, indispensável para a própria sobrevivência. Com o homo sapiens, a linguagem oral deu um salto significativo, uma longa história que nos levou à sistematização da escrita (há 5.300 anos). Antes disso, no Crescente Fértil, passamos a domesticar plantas e animais. É desse tempo e lugar a criação dos primeiros deuses.

terça-feira, 2 de julho de 2013

DEUS BOM <> HOMEM BOM


A definição de antropomorfismo é clara como a luz solar ao meio-dia: “crença ou doutrina que atribui a Deus ou a deuses forma(s) ou atributo(s) humano(s)”. Todos os deuses foram ou são a imagem dos homens. Os judeus, inteligentemente, inverteram a ordem: Deus criou os homens à sua imagem e semelhança. Essa crença condiciona a civilização ocidental nos últimos dois milênios, por isso a impressão dos ocidentais é de que o deus judaico-cristão é único e verdadeiro. Muitos outros deuses foram e são desmistificados a cada avanço da filosofia e da ciência. O que se pode dizer do homem (judaico-cristão) pela caracterização discursiva de seu deus? O homem é bom. Deus, infinitamente bom, existe para justificar a bondade humana. O próprio termo “humano” passou a significar bondoso. Quando uma ação má contradiz o autoendeusamento do homem, imediatamente diz-se que é influência demoníaca, loucura, doença ou fruto de uma escolha equivocada. Como o mal, não raro, confunde-se com o ser do homem, introduz-se a ideia do livre-arbítrio. Por intermédio dessa falácia, continuaria preservada a imagem divina no homem. A despeito de sua natureza benigna, ele acaba fazendo escolhas erradas, pelas quais iria responder no dia do juízo. Engraçado é que essas escolhas erradas não comprometem a natureza, que continuaria preservada em sua essência. Todo mal seria perdoado ante o arrependimento derradeiro de quem o pratica ao longo de sua vida. Um fato atual, as manifestações de rua em nosso país. Os governantes, a mídia e o senso comum são unânimes em distinguir os manifestantes autênticos dos baderneiros (ou vice-versa). Os últimos não pertenceriam à sociedade, que os tomam como bárbaros. O vandalismo, o furto, o roubo, o assassinato, tudo o que acontece de ruim é tido como algo à parte, não resultante da natureza humana, idealizada pela mitologia judaico-cristã. O homem é bom, porque foi criado por um deus infinitamente bom.