A leitura propicia, a um tempo,
fruição e conhecimento. Mesmo os gêneros literários – romance, conto, crônica, poema
– desencadeiam um processo cognitivo. Mesmo os gêneros filosóficos e
científicos – ensaio, artigo, monografia, tese – despertam o prazer de grandes
descobertas.
A longa experiência como leitor eclético me descortina um
mundo que amalgama saberes e emoções. Nesse sentido, compreendo que o conhecimento
já se transformou numa paixão, como escreve Nietzsche no livro Aurora, aforismo 427.
Nesta tarde, lia O
suicídio do Ocidente, de James Burnham, quando me deparei com o seguinte: “Considero
óbvia demais a discussão de que, se os Estados Unidos entrarem em colapso ou se
tornarem insignificantes, o colapso de outras nações ocidentais não tardará
muito”.
Inobstante a obviedade considerada pelo autor, não me recordo
de ter lido algo nessas palavras até então, conquanto defendo a ideia há bastante
tempo. O colapso estadunidense, acrescento, colocaria em risco uma das maiores
conquistas da civilização ocidental, a liberdade.
Ao ler a passagem acima transcrita, senti certo contentamento
por encontrar uma referência – a
posteriori – à minha análise de um assunto tão relevante.