terça-feira, 14 de dezembro de 2021

FRUIÇÃO E CONHECIMENTO

 

            A leitura propicia, a um tempo, fruição e conhecimento. Mesmo os gêneros literários – romance, conto, crônica, poema – desencadeiam um processo cognitivo. Mesmo os gêneros filosóficos e científicos – ensaio, artigo, monografia, tese – despertam o prazer de grandes descobertas.

        A longa experiência como leitor eclético me descortina um mundo que amalgama saberes e emoções. Nesse sentido, compreendo que o conhecimento já se transformou numa paixão, como escreve Nietzsche no livro Aurora, aforismo 427.

        Nesta tarde, lia O suicídio do Ocidente, de James Burnham, quando me deparei com o seguinte: “Considero óbvia demais a discussão de que, se os Estados Unidos entrarem em colapso ou se tornarem insignificantes, o colapso de outras nações ocidentais não tardará muito”.

        Inobstante a obviedade considerada pelo autor, não me recordo de ter lido algo nessas palavras até então, conquanto defendo a ideia há bastante tempo. O colapso estadunidense, acrescento, colocaria em risco uma das maiores conquistas da civilização ocidental, a liberdade.

        Ao ler a passagem acima transcrita, senti certo contentamento por encontrar uma referência – a posteriori – à minha análise de um assunto tão relevante.