terça-feira, 10 de março de 2020

O QUE CABE À FILOSOFIA NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO



     Esse foi o tema da aula inaugural do Curso de Pós-graduação em Filosofia da PUC/PR.
     O filósofo OSWALDO GIACOIA JÚNIOR proferiu uma palestra-resposta à questão acima. Ele é professor da UNICAMP, estudioso de Nietzsche (citado mais de 16 vezes na primeira parte da palestra).
       A filosofia deve sair de uma situação de espera (imposta pela tecnociência) e acompanhar o grande diálogo intercultural (que surge como uma nova perspectiva no mundo globalizado).
       Como exemplo desse diálogo, o professor Giacoia cita A QUEDA DO CÉU, escrito a quatro mãos por Davi Kopenawa, líder indígena da Amazônia, e Bruce Albert, etnógrafo francês. O livro apresenta o pensamento yanomami.

(Os alunos de Filosofia da FAE fomos convidados a assistir essa aula inaugural na PUC.)

COMPAIXÃO OU INDIFERENÇA?


      Numa cidadezinha do interior (como Pien), na hipótese de alguém amanhecer dormindo na rua, certamente irá despertar a atenção e a solidariedade das pessoas.
       Numa grande cidade, como Curitiba, a realidade é outra:
malgrado muita gente em situação de rua, os transeuntes, num vir e ir sem fim, passam indiferentes.
  Essa indiferença já ultrapassou o sentimento de impotência, que a precedeu quem sabe um dia. O problema dos outros nada mais significa ante os próprios problemas.

CRÔNICA DA ILHA DO MEL



    A lenda das Encantadas, por mais inverossímil se apresente ao racionalista, figura uma verdade inegável: a Ilha do Mel é de uma beleza arrebatadora.
    As criaturas míticas escolheram viver aqui, antes da chegada do homem, porque o lugar as atraía por suas praias, morros, matas, pedras, grutas...
        De um lado da ilha, a serenidade das águas da baía; de outro, o mar de fora, com suas ondas vigorosas (que fazem flutuar os rochedos).
   A mata nativa ocupa grande parte da geografia, preservada cuidadosamente pelo invasor humano, que soube se instalar sem colocá-la abaixo. O turismo e a pesca são suficientes para a estabilidade socioeconômica dos insulares.
     Sob as árvores copadas, as trilhas frescas e macias interligam, residências, bares, restaurantes, pousadas... num trânsito sem automóveis ou animais de tração.
       As luzes distantes do continente não interferem no brilho das estrelas, que parecem mais próximas esta noite.
  O descrito acima torna aceitável a narrativa das Encantadas, que se lê numa placa grande, em frente ao píer de entrada da ilha.