Ramalho Ortigão, escritor português do século XIX, atribuiu cores aos dias da semana. (Não estou blefando, pode ter sido outro autor.) A segunda-feira é cinza, como o sábado é azul, e o domingo, dourado. Hoje o céu cinzento encobre nossa cidade. Outra cor, indefinível, percebem meus olhos neste momento. Além dos ruídos urbanos, provocadores de náusea, há cantos de pássaros. Mas o que faz esta segunda-feira ter outro matiz, não é o pregão do vendedor de laranja, a fala de criança na escada do edifício... Sempre fui um apreciador do vento. Sua visita me é agradável nesta manhã. Abro a janela para que entre, trazendo-me o frescor de outras paisagens (talvez da Cordilheira, da Patagônia, do Pampa austral). Todo friozinho é bem-vindo no verão. Não me importa a cerração, a garoa, o céu baixo... Esta segunda está com uma cor diferente.
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