terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MODA FEMININA


Nada muda mais que a moda feminina, do penteado aos calçados. Principalmente, as roupas. Nenhum outro item supera a demanda do belo sexo. Emprego esse clichê (belo sexo) com o propósito de fazer um gancho. Nunca a beleza esteve tão distante quanto nestes dias. Tenho observado no centro da cidade (passarela natural), ao vivo ou nas vitrinas, a feiúra dos modelitos. À exceção de alguns vestidos, tudo mais excede em mau gosto. De tempo em tempo, o antiestético vira tendência: as pantalonas dominaram nos anos setenta; as ombreiras, nos noventa; as leggings, atualmente. Calças ou bermudas justas, mal-combinadas com a blusa (básica ou baby look), também colada ao tronco, revelam a falta de um dos mais belos atributos da anatomia feminal: a cintura. O cós baixo já deformou essa parte do corpo muito cultuada ao longo do século XX. Em seu lugar, há um excesso de adiposidade, sobrando e assombrando a libido dos homens. Quanto aos calçados, sonho de consumo de 99,9% das mulheres, a fealdade impera quase absoluta. No inverno, isso se evidenciou naquelas botas encepadas. Algumas sandálias continuam sobre cepos, colocando em risco a segurança da altiva usuária. À semelhança dos vestidos, alguns sapatos se salvam pelo design. Velhos modelos de todos os itens são adaptados, na tentativa de retroalimentar o processo da mudança cada vez mais acelerado. O que também escapa à percepção das mulheres consiste no feedback negativo, considerando-se a feminilidade (que é o elemento mais importante da beleza) como valor positivo. A moda muda e incomoda a sociedade que consome incontrolavelmente, ainda incapaz de fazer da simplicidade um estilo elegante.

2 comentários:

Day disse...

ADOREI O TEXTO. Demonstra, com bom humor, um senso aguçado sobre a elegância feminina.Concordo que anda faltando noção de feminilidade e elegância para a mulherada.Uma celebridade aparece usando trapos e todas querem imitar. Um estilista lança uma sandália capaz de deformar um pé, e todas querem ter. Enfim, somos vítimas da moda e do consumo, seduzidas pelos apelos da propaganda enganosa, perdendo o senso próprio do que nos serve ou não, para usar tudo que está na moda, fique bem ou não.
Vou indicar esse texto para minhas amigas a-g-o-r-a!

Dayana Pessota Leite

Ivan Zolin disse...

Froilam!

Há algum tempo pensei em que palavra poderia definir: mulher.
Acredito que ELEGÂNCIA seria essa palavra.
É evidente que a moda contribui para esse fato, no entanto o sentido que me refiro é o de atitude como fala Paco Rabanne.

“UMA MULHER ELEGANTE NÂO É NECESSARIAMENTE UMA MULHER QUE VESTE ALTA-COSTURA, ELEGÂNCIA É UMA ATITUDE”.

Para mim não há maior elegância do que uma camponesa na primavera, quando aumenta a temperatura, com um “vestido de chita” ao estilo Sophia Loren em “Os Girassóis da Rússia”.

Zolin