Qual a ligação de Sherlock Holmes com a Amazônia? Uma pergunta estranha, cuja resposta denuncia certo descaso da mídia e nosso atraso cultural. Pouco sabemos sobre a literatura feita no Norte ou ambientada nessa grande região. Exceção para Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, dramatizado pela Rede Globo. Dalcídio Jurandir escreveu dez romances: Chove nos Campos de Cachoeira; Marajó; Três Casas e um Rio; Belém do Grão Pará; Passagem dos Inocentes; Primeira Manhã; Ponte do Galo; Os Habitantes; Chão dos Lobos; e Ribanceira. Nascido na Ilha de Marajó, foi comunista convicto em pleno governo de Vargas. Por isso, foi preso duas vezes. Acabou indo embora para publicar seus livros. Milton Hataum escreveu Dois Irmãos e Cinzas do Norte. Márcio Souza reside em Manaus e Hataum, em São Paulo. Autores de fora que escreveram histórias ambientadas na Amazônia: El Príncipe de los Caimanes, de Santiago Roncagliolo (peruano); Green Mansions, de W. H. Hudson; Pantaleão e as Visitadoras, A Casa Verde e O Falador, de Mario Vargas Llosa; e O Mundo Perdido, de Conan Doyle. O criador de Sherlock Holmes narra em O Mundo Perdido a história do Professor Challenger, cientista que descobre dinossauros no interior da Floresta Amazônia.