Segundo o lingüista russo Mikhail Bakhtin, os gêneros textuais são tão numerosos (razão que dificultaria a classificação dos mesmos) quanto às formas de uso da língua. Do diálogo cotidiano (do tipo “oi”... “oi”) ao maior dos romances. A Internet veio acrescentar novos gêneros, cuja utilização imediata no âmbito global, justifica a importância dessa tecnologia a serviço do homem. Entre seus múltiplos benefícios, como a viabilização de cursos superiores a distância (ainda contestados pela ortodoxia acadêmica), destaca-se o de se transformar num canal para a interação sócio-comunicativa: e-mail, chat, Orkut, MSN e blog. O Messenger, por exemplo, oferece “ferramentas” que possibilitam o diálogo entre seus usuários, com a palavra escrita, imagem e voz em tempo real. O blogger, por sua vez, permite ao internauta a publicação de textos numa página pessoal: o blog. Os blogues começaram como uma espécie de diário e evoluem rapidamente para um novíssimo gênero de jornalismo, com post de fotos, informações e opiniões. Em Santiago, a blogosfera se amplia a todo tempo, revelando talentos possuidores de uma expressividade notável. Vivian Dias e Rebeca Sasso, especialmente, chamam a atenção pelo discernimento ante a realidade que se apresenta e pela ousadia de tomar uma posição pró ou contra. A liberdade de expressão é a característica mais cultuada pelos blogueiros, para incômodo de todo establishment. Esses novos sujeitos da enunciação virtual revelam, por outro lado, uma literariedade incontestável. Os blogues passam a moldar futuros escritores (que hão de propiciar maior evolução no pensamento de nossa sociedade).
(Adianto minha coluna que sairá no Expresso Ilustrado amanhã.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário