terça-feira, 18 de setembro de 2007
DIREITO DE RESPOSTA
Uma pessoa (msilvaduarte) comenta meu post O ENSINO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA, inicialmente com uma pergunta: "Quais instituições de ensino o senhor tem em mente quando afirma que as universidades não dispõem de um quadro docente capacitado nas ciências humanísticas?". Acresce que eu não estaria me referindo ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Num primeiro momento, faço mea culpa por não citar nossas principais universidades (UFRGS, UFSM...) como exceção. Referia-me às universidades regionalizadas que vicejam nos últimos 10/15 anos, que, pela mesma falha da generalização apressada, deixei de nomificá-las. Numa outra forma de enunciado, obviamente, não incorreria nessa generalização. Num segundo momento, penso que não estou de todo errado ao generalizar. Fundamentando minhas razões no próprio argumento do meu interlocutor, pergunto se o Instituto teria condições de atender a carência de professores no menor prazo possível, i. é., 4 para 5 anos, no âmbito estadual. Claro que não. O quadro não é capacitado pelo seu número, não pela qualidade (em se tratando do Instituto da UFRGS). O problema da transição persite. E aprofundando ainda mais essa questão, qual é a tradição filosófica das nossas universidades brasileiras?
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Um comentário:
Bem, mas incorreu, portanto, errou. E se o senhor conhece rudimentos de lógica formal sabe que se generalizou e está errado, necessariamente não há como não estar "de todo" errado. Tentei apontar tal problema em minha resposta anterior, mas o senhor parece não ter entendido, o que sugere que, na verdade, o senhor não conhece nada de lógica formal.
Ademais, sua afirmação não se relacionava à possibilidade ou não do referido Instituto atender "a carência de professores no menor prazo possível" (sic), mas sim ao fato, provavelmente visto somente pelo senhor, de que tal Instituto não dispõe "de um quadro docente capacitado nas ciências humanísticas". O senhor, agora, com tal estratégia, busca encontrar um subterfúgio capaz de livrar-lhe da responsabilidade de sua afirmação. Porém, note que o senhor não está escrevendo para leitores de sua coluna no Expresso Ilustrado.
Aristóteles costumava responder aos seus interlocutores que só por ignorância alguém solicitava a demonstração do princípio de não-contradição. De modo semelhante, afirmo-lhe que só por ignorância alguém formula a questão "qual é a tradição filosófica das nossas universidades brasileiras?".
Se o senhor ainda não conhece nada acerca da tradição filosófica de nossas universidades, convido-lhe a assistir, de 26 a 27 de setembro próximos, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia do IFCH da UFRGS, o minicurso sobre "As Investigações Filosóficas de Wittgenstein", a ser ministrado pelo professor Luiz Henrique Lopes dos Santos, da USP. Será uma boa oportunidade para o senhor entrar em contato com tal tradição, ou mesmo questioná-la frente à boa parte da comunidade filosófica nacional.
A propósito, meu nome é Marcelo da Silva Duarte, sou natural de Santiago e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Ufrgs. Terei o maior prazer de receber-lhe e conduzir-lhe a tal evento, e confesso que estou ansioso para ouvir sua argumentação acerca da tradição, ou falta de, filosófica de nossas universidades. O senhor, afeito que deve ser às reuniões da ANPOF e aos seminários promovidos mensalmente pelos principais programas de pós-graduação em filosofia do Brasil desde o final da década de 70 do século passado, deve ter muito a oferecer aos profissionais brasileiros dessa área.
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