Entre as sentenças publicadas pelo Zero Hora de ontem, destaco esta do jornalista Fábio David Crestani, de Tapera:
"O Japão vai reconstruir o país inteiro antes de o Brasil terminar seus estádios para a Copa do Mundo de 2014. E por menor valor".
O hipérbole é uma figura de pensamento que, por intermédio do exagero, reforça uma ideia. O autor da frase em tela foi ao âmago de um problema que já vem sendo anunciado: a demora das obras para a Copa, por um lado, e o pessimismo realista que passa a caracterizar o brasileiro de um modo geral, por outro.
Hoje o presidente da Fifa, Joseph Blatter, discursou nesse tom hiperbólico (e verdadeiro), dizendo que o Brasil está mais atrasado que a África do Sul três anos antes do grande evento futebolístico. A Copa é amanhã, e o Brasil pensa que é depois de amanhã. Blatter disse que Rio de Janeiro e São Paulo podem perder a sede dos jogos.
O exagero ameaçador do dirigente da Fifa descamba para a ingenuidade, para a mentirinha. Nenhum brasileiro imagina uma Copa do Mundo no país fora do eixo Rio - São Paulo. Provavelmente, o Beira-Rio (Porto Alegre) também não esteja em condições. Dessa forma, onde serão realizados os jogos? Em Cuiabá, Manaus, Natal...?
Penso que o Brasil não conseguirá atender às exigências da Fifa, principalmente as que demandam maior orçamento. Por um lado, isso será bom... porque atinge a soberba dessa organização.
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