- Não!
- Começa com ele menino. Deve passar a noite na floresta para provar sua coragem e ser rei. Enquanto está só ele tem uma visão sagrada. Do fogo, surge o Santo Graal. Símbolo da graça divina. Uma voz lhe diz para guardar o Graal, a fim de curar o coração dos homens. Mas o menino só pensava numa vida de poder, glória e beleza. E em estado de surpresa total sentiu-se, não como menino, mas invencível, como Deus. Aproximou-se do fogo para pegar o Graal e o Graal sumiu. Ele ficou com as mãos no fogo, queimando-se gravemente. E enquanto ia crescendo a ferida se aprofundava. Até que um dia, a vida perdeu sentido para ele. Não tinha fé em ninguém, nem em si mesmo. Não podia amar ou sentir-se amado. Ficou transtornado com a experiência. Começou a morrer. Certo dia, um tolo entrou no castelo e viu o rei sozinho. Sendo tolo, era ingênuo e não viu um rei. Viu apenas um homem só. E sofrendo. Perguntou-lhe por que sofria. O rei respondeu: Tenho sede, preciso de água para molhar minha garganta. Então o tolo pegou um copo ao lado da cama, encheu de água e deu ao rei. Ao beber, o rei percebeu que sua ferida havia sarado. Olhou para as mãos e viu o Graal que tanto buscara. Virou-se para o tolo e perguntou: Como achou algo que meus homens não conseguiram? O tolo respondeu: Não sei, só sabia que você tinha sede.
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Nos anos noventa, vi o filme O pescador de ilusões, com Robin Williams e Jeff Bridges. Anotei a passagem acima, que achei muito interessante.
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