domingo, 2 de novembro de 2008

MULHER INESQUECÍVEL

O dia 2 de novembro, desde o século XIII, destina-se a celebrar os mortos. Essa celebração católica é contestada pelas outras religiões bíblicas, fundamentadas em Lucas 16.10-31: vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira alguma.
Por outras razões, talvez mais religiosas que as cristãs, não fui ao cemintério hoje, visitar o túmulo da minha mãe. Há dois anos e meio, vivi a dor profunda de perdê-la. Ainda choro ao lembrar de seu sofrimento derradeiro no Complexo Hospitalar de Santa Casa, em Porto Alegre. Caso continuasse católico, como o era aos sete anos (quando fui obrigado a confessar um pecado por ocasião do sacramento eucarístico), iria todos os dias ao cemitério, acender uma vela e rezar o terço. Tampouco sou espírita, para tentar uma possível comunicação mediúnica com a dona Dalva. A lembrança que guardo não necessita de um dia específico para ser ativada. Ao invés de levar flores ao local onde estão seus restos mortais, penso nela, falo ou escrevo algo com relação à minha mãe.
De um tempo para cá, avivam-se as lembranças boas para meu regozijo, depois de ter sofrido com a lembrança dos dias que antecederam o falecimento dessa mulher inesquecível.

Nenhum comentário: