A má qualidade da educação brasileira é tão evidente que os resultados catastróficos dos diferentes processos de avaliação já não nos espantam mais. Ainda rendem algumas manchetes, mas logo são incluídos nos bancos de dados, sem finalidade alguma, uma vez que não servem de base para orientar estudos extremamente necessários. O ENEM, por exemplo, ano após ano, vem apresentando notas mais baixas, com a média vergonhosa de 37% de acertos em 2008. Conquanto seja competência maior dos estados e municípios, a educação básica necessita de uma política de âmbito nacional que não se limite à aplicação de exames avaliativos, à distribuição de livros (para festa das editoras), a um programa que vige no esquecimento. O governo federal pretende resolver o problema da educação básica, assegurando 50% das vagas nas universidades aos alunos egressos da rede pública. A má qualidade diluída num processo osmótico, nivelando-se todo o sistema por baixo. As cotas, justificam seus apaixonados defensores, diminuirá distorções de outras naturezas, como a de má consciência. O Ministério da Educação personifica de vez a contradição e o descontrole, fechando 1.337 núcleos de ensino a distância por falta de qualidade. Intervenção política atrasada. No que concerne à Educação, não há Estado mínimo. Todavia, o que o Estado pode fazer para melhorar a educação? Valorizar o trabalho docente, aumentando o salário dos professores? Propiciar maior capacitação ao profissional (mesmo que isso represente seu provável afastamento das salas que necessitam de seu trabalho qualificado*)? Exigir dele efetiva participação no projeto da escola? Sim, sim, sim... Mas ainda é pouco ante o desinteresse epidêmico dos alunos.
oo
* Encontrei um artigo na Internet que argumenta o seguinte: "Mantidas as atuais condições de trabalho, quanto mais se capacita o professor da Escola Básica da rede pública, mais ele se afasta dessa, procurando outras ocupações, como o magistério na rede privada, ou o Ensino Superior, público ou privado, em busca de condições materiais mais condizentes".
oo
(Para a próxima edição do Expresso Ilustrado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário