O título acima é de um capítulo de Criação Imperfeita, de Marcelo Gleiser, professor de Filosofia Natural e de Física e Astronomia no Dartmouth College, EUA. Ele escreve que "em seu corajoso livro Terra rara, Peter Ward e Donald Brownlee argumentam que muito provavelmente a vida extraterrestre só aparecerá nas suas formas mais simples: planetas com características terrestres têm chances de abrigar micro-organismos alienígenas, mas não muito mais do que isso".
"Embora a possibilidade de que o cosmo esteja repleto de seres extraterrestres inteligentes (e que tenham já nos visitados) seja extremamente instigante, a ciência atual nos diz que, ao menos por enquanto, somos únicos. [...]
"Estou, sim, afirmando que somos únicos e especiais. Mas não porque fomos criados por Deus, ou por sermos resultado de uma intencionalidade cósmica, de um Universo com o propósito de criar vida inteligente. Somos únicos e importantes porque estamos vivos e temos consciência de nossa existência. [...] Talvez não sejamos a medida de todas as coisas, como propôs o grego Protágoras em tempos pré-socráticos, mas somos as coisas que podem medir. A aceitação da nossa solidão cósmica é um toque de despertar, iniciando uma nova era para a humanidade. [...]
"O clima está mudando, e mais de 30 mil espécies estão morrendo por ano. Estamos testemunhando a maior extinção em massa desde o desaparecimento dos dinossauros há 65 milhões de anos. A diferença é que, pela primeira vez na história, somos nós, e não a Natureza, a causa da extinção. Destruímos habitats, poluímos rios, pulverizamos montanhas, cortamos florestas, alagamos vales, introduzimos espécies em ambientes novos sem planejamento, matamos, pescamos e caçamos espécies em risco de extinção com impunidade. No nosso frenesi destrutivo, esquecemos que a Terra é um sistema limitado e que não pode sobreviver a um abuso contínuo. [...]
"O aspecto mais maravilhoso da nossa existência é que temos consciência dela. [...] Vamos nos unir como membros da mesma espécie e lutar pela nossa sobrevivência. Este é o conflito da nossa era. Porém, ao contrário das guerras comuns, esta não tem o propósito de definir fronteiras ou credos. Esta é uma guerra entre o nosso passado e o nosso futuro, uma guerra onde somos nossos piores inimigos e nossa única esperança."
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