sábado, 26 de fevereiro de 2011

CARNE(VALE)

Depois de dois anos do meu retorno a Santiago, participei do melhor carnaval feito pelo Grêmio dos Subtenentes e Sargentos. Ano de 1998. A partir disso, os clubes passaram a ter dificuldades para patrocinar os bailes, trabalhando no vermelho. Enquanto isso, os jovens se agrupavam nos chamados QGs, onde davam vazão à folia com a liberdade que os identificam natural e culturalmente. Contra eles foi deflagrada uma campanha com tolerância zero, vertical, legal (no sentido não contemplado pela gíria), colocando-os a correr daqui. A única alternativa para a nossa juventude foliona foi "ganhar a faixa". O primeiro lugar que encontraram, Jaguari, muito oportunamente, aderia ao carnaval de rua, como sói acontecer em todo o país. Bem acolhidos, os santiaguenses voltaram maravilhados na quarta de cinza. A cada ano, o carnaval de rua da vizinha  cidade cresce a olhos vistos (olhos que querem ver, sem despeito). Santiago, em contrapartida, esvaziou-se do dia para a noite. Os clubes fecharam as portas, quebrados. Restou o carnaval de rua, uma ou duas escolas a desfilarem na avenida, jurando não repetir sua participação no próximo ano por falta de incentivo, gente e dinheiro. Por esse delgado fio que ainda prende o carnaval como um acontecimento vivo em nossa sociedade, agarra-se a esperança das autoridades locais de criar aqui o que Jaguari consegue há anos sem propaganda (ou contrapropaganda). São Vicente do Sul parece seguir os mesmos passos. 
Santiago sem carnaval e... sem futebol (segundo leitura pertinente de blogueiros). 

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