domingo, 13 de fevereiro de 2011

MUITA LEITURA

Há alguns dias, concluí a leitura do livro Criação Imperfeita, de Marcelo Gleiser. Trezentas e muitas páginas versando sobre as últimas ideias da Cosmologia. A tese fundamental do Gleiser é a assimetria como uma característica fundamental que faz o Universo ser como é, dos átomos às galáxias. 
Nesta semana, saiu uma edição especial da Scientific American (Brasil) com os seguintes artigos:
- A origem do Universo;
- Relatos de um universo oscilante;
- O Universo está perdendo energia?;
- Existe mesmo uma energia escura?;
- O fim provável da Cosmologia;
- A busca pela vida na estranheza do multiverso;
- O misterioso nascimento das estrelas;
- Estrelas negras, não buracos;
- O tempo é uma ilusão?;
- O tempo pode acabar?
Já li exatamente a metade da revista. Em O fim provável da Cosmologia, escrito por astrofísicos norte-americanos, uma ideia inteiramente nova: "o Universo em aceleração apaga as pistas de suas próprias origens". 
Os conglomerados de galáxias afastam-se uns dos outros, com uma velocidade que aumenta proporcionalmente à distância. O Grupo Local de galáxias, formado pela Via Láctea (onde vivemos), Andrômeda e uma hospedeira com galáxias anãs orbitando em volta dela, convergem para um mesmo ponto, para formar uma supergaláxia, que entrará em colapso depois de bilhões e bilhões de anos. Quando se formar essa supergaláxia, tudo o mais no Universo terá se afastado tanto que não haverá aparelho capaz de vislumbrar a mínima luz, restando um imenso vazio. Os autores escrevem sobre "o apocalipse do conhecimento", porque nenhum estudioso dessa época futura terá como suporte os três pilares observacionais do Big Bang: o afastamento das galáxias umas das outras (uma vez que não serão mais vistas), a radiação cósmica de fundo em micro-ondas e as abundâncias relativas de elementos químicos como hidrogênio e hélio. Essas pistas do big bang terão se apagado e o Universo voltará a ser visto como no início do século XX, que se restringia à nossa galáxia. Para o estudioso hipotético do futuro, o Universo (restrito à supergaláxia) poderá colapsar num Big Crunch.
Daqui a cinco bilhões de anos, a Andrômeda estará muito próxima da Via Láctea e ocupará quase todo o céu noturno. Uma visão extraordinária! Hoje, há 2.900.000 anos-luz, não passa de uma pequena mancha embranquecida na direção norte, sobre a linha do horizonte. 

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