A
igualdade econômica e social é um mito, malgrado alguns países no setentrião
europeu margearem a realidade. A Noruega, por exemplo, já apresenta um declínio
na produção de petróleo, economia responsável por uma das melhores qualidades
de vida do planeta.
Para ilustrar um dos grandes problemas
criados na Europa diante da onda imigratória dos últimos anos, imaginemos um
país pequeno em extensão territorial com poucos milhões de habitantes. Ao
contrário de países relutantes, a república de Ayland (em homenagem ao menino
sírio Aylan Kurdi, que morreu afogado numa praia da Turquia) abria as
fronteiras para as gentes do Oriente Médio e da África.
A essa política de bom anfitrião,
soma-se a vontade dos imigrantes de se dirigirem para lá. Cedo ou tarde, a
desproporção no número de acolhimentos levou a própria Alemanha (segunda na
preferência dos imigrantes) a propor um sistema de cota entre os integrantes da
União Europeia.
No momento em que o Reino Unido aprova o
Brexit (cujos objetivos inclui maior rigor no controle da imigração), Ayland
recebe um milhão de pessoas. O mundo não europeu comemora essa gentileza
imigracionista, de elevada solidariedade.
Felizmente, os aylandeses não suspeitam
que a população recém-chegada vá provocar um desequilíbrio na economia de seu
país, a constituir o germe já evoluído de uma desigualdade futura. Tampouco
estão preocupados com as diferenças culturais (talvez inconciliáveis) trazidas
de terras distantes.
A distância nos permite contemplar, todavia,
um quadro menos otimista, de início do fim de um modus vivendi alcançado com muito esforço pelos europeus nas
últimas décadas. Segundo Harari (2018), os anti-imigracionistas concordam que
tolerância e liberdade, por exemplo, são valores pouco cultuados nos países
muçulmanos.
HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21; tradução
Paulo Geiser. – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
Froilam
de Oliveira
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