A pergunta “a cidade é um sistema aberto ou
fechado?” não saiu da minha cabeça durante a estada de três dias em Porto
Alegre. Não tive tempo para colocar a questão no papel, só o fazendo dentro do
avião (já a taxiar no Salgado Filho para a decolagem).
Antes
de pensar uma resposta, faço o registro de uma relação que me credencia ao desideratum. Por dois anos (1981-1982),
residi em Porto Alegre e, depois de ir embora, sempre a visitei ao longo destas
três décadas e muito. Sempre dotado de um olhar atento para as mudanças
ocorridas na capital gaúcha, em todos os aspectos observáveis.
Minha
ideia é descrever a cidade (não unicamente Porto Alegre) em termos aplicados a
um sistema termodinâmico pela física. Não obstante a complexidade de um sistema
urbano, o qual não se encontra isolado absolutamente, importo o conceito de
entropia por sua adequação ao tema.
Como
noutras metrópoles, em Porto Alegre é flagrante a variação entrópica, isto é, a
desorganização crescente de sua estrutura material e espiritual.
Independentemente
do esforço de seus agentes internos, no sentido de retomar a ordem, as
perspectivas se abrem para o lado oposto, para o caos. A revitalização da orla
do rio Guaíba é pouco para compensar a ruinaria do Parque da Redenção. O número
de veículos automotores e a condição das vias denunciam a entropia no trânsito.
O crime organizado em torno do tráfico e comércio da droga e o aumento
exponencial da violência são variáveis causadoras da desordem social.
A
droga trazida de fora atende a uma demanda interna, todavia. Outros casos
poderiam ser citados aqui, que fazem da(s) cidade(s) um sistema fechado,
propenso à desorganização inevitável.
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