O rincão é onde se verifica a menor
incidência de ansiedade, um transtorno crescente na saúde das pessoas que vivem
nas grandes cidades.
Não me fundamento em estudo que inclua esse
lugar, o que compromete a cientificidade da proposição acima; todavia, nem toda
forma de saber necessita da verificabilidade empírica.
Uma leitura de pesquisas realizadas em
centros populacionais me permite subentender aspectos que são visíveis para um
observador atento.
A partir da constatação de um estudioso da
Universidade de Heidelberg, na Alemanha, há “forte associação entre vida urbana
e circuitos neurais ligados à ansiedade”, concluo que a vida rural não
desencadeia esse distúrbio. Salvo raríssimas exceções.
No rincão, a única preocupação de seus
moradores diz respeito ao tempo desfavorável para o plantio, desenvolvimento e
colheita da lavoura. A seca ou o excesso de chuva sempre foram motivos para
mais uma ruga na testa e menos uma hora de sono.
As maiores aflições sofridas pelos
citadinos, encimadas pelo medo à violência, são quase inexistentes no âmbito
rural. O desamparo familiar (pelo distanciamento) também não constitui problema
no interior. Lá o indivíduo nasce e cresce numa família estruturada, com avós,
pais, tios e irmãos presentes, ou muitos próximos.
Não obstante as ausências (temporárias ou
definitivas), o rincão continua sendo o lugar mais seguro. Feliz aquele que
dispõe desse recanto telúrico, todo seu, mesmo que resida na cidade.
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