A sustentabilidade é um mito de transição da modernidade
para um período historial ainda não definido. Ele apresenta duas faces
(diferente de Jano): uma que sorri; e outra que chora. Noutras palavras,
salvação e tragédia.
Por que esse mito se sobressai nos últimos anos?
Pessoas acreditam nele, embora se dividam,
repito, entre otimistas e pessimistas.
Em comum com os mitos antigos, medievais e
modernos, o da sustentabilidade consiste numa narrativa que tenta explicar a
contradição vivida pela sociedade: consumismo versus preservação ambiental. Ação pulsional versus idealismo.
A desmitificação virá com demora, já
transfigurada na nêmesis do triunfo provisório sobre a natureza: a
insustentabilidade.
Por que “triunfo provisório”?
O agente humano terá solução de continuidade.
Sob o sol ou sobre o gelo, ele deixará de agir contra o meio ambiente. Do subsolo
à atmosfera, do prado à floresta, do córrego ao oceano, o planeta há de se
recuperar dos danos antropocêntricos.
Antes que a face sorridente do mito desapareça
(às sombras imponderáveis do ocaso), a razão deverá atuar no feito da
sustentabilidade real.
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