Tiradentes é um autêntico herói nacional, porque lutava por uma nação livre quando era crime falar em independência. Um herói trágico, visto que foi morto pelo poder maior contra o qual digladiava. Sua história lembra a de Prometeu, desobedecendo aos deuses ao usurpar-lhes o fogo do Olimpo, entregando aos humanos. Diferente de Aquiles, vencido pelo destino, o titã pode ser considerado o primeiro herói engendrado mitologicamente. Tiradentes lembra Joana D'Arc, condenada por heresia. Lembra Giordano Bruno, também queimado na fogueira. No caminho de todo herói quase sempre se interpõe uma força invencível, seja a natureza, os deuses/ demônios, o Estado, a Igreja... A heroicidade é confirmada a posteriori, quando as causas pelas quais o (futuro) herói lutava se tornam vencedoras. Com o fogo da razão, os homens sobreviveram aos deuses. A França recuperou seus territórios, e o processo contra Joana D'Arc foi revisto. As idéias de Copérnico, com as correções de Kepler e de Galileu, acabaram derrubando o geocentrismo dogmatizado pela Igreja de Roma. A nação brasileira, idealizada pelos inconfidentes, tornou-se livre do jugo colonial.
2 comentários:
Obrigado, Froilam. O livro agora vai entrar na fase mais difícil: a busca de patrocínio...
Ótimo esse texto sobre Tiradentes. Ele foi um dos nossos grandes românticos, antes mesmo do Romantismo chegar a nossas terras.
Não concordo plenamente. A reforma ortográfica é prova de que ainda somos considerados colônia, nos agrilhoa a língua falada em Portugal, um desrespeito a identidade de brasileiros que somos.
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