domingo, 26 de abril de 2009

MINIMA MORALIA

Após a postagem abaixo, vou à estante e apanho Minima moralia, de Theodor Adorno, e o abro à revelia. Página 84, fragmento 61, o qual transcrevo a seguir:
Instância de apelação. - Nietzsche formulou no "Anticristo" o mais forte argumento não só contra a teologia, mas também contra a metafísica; que a esperança seria confundida coma verdade; que a impossibilidade de viver feliz ou mesmo simplesmente de viver, sem pensar em um absoluto não atesta a legitimidade de tal pensamento. Ele refuta a "prova pela força" do cristianismo, de que a fé é verdadeira porque traz a beatitude. Pois, "seria a beatitude - ou dito de um modo mais técnico, o prazer - uma prova da verdade? Ela o é tão pouco, que quase fornece uma prova contrária, ou em todo caso permite levantar a maior suspeita contra a 'verdade', quando sensações de prazer têm algo a dizer acerca da questão 'O que é verdadeiro?'.
No mesmo fragmento, Adorno conclui:
Nietzsche moveu todo um processo sem jamais ter atingido a última instância. Numa das passagens mais vigorosas de sua crítica, ele acusou o cristianismo de mitologia: "O sacrifício expiatório, e na sua forma mais repugnante, mais bárbara, o sacrifício do inocente pelos pecados dos culpados! Que paganismo horrendo!".

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