quinta-feira, 30 de abril de 2009

DOIS NIETZSCHE


Em Sobre Zaratustra, Max Zerbst escreve que há dois Nietzsche:
"Um é o mundialmente famoso 'filósofo em moda', o brilhante poeta e mestre soberano da língua e do estilo, de quem todos falam na atualidade e em cuja obra algumas frases de efeito mal-compreendidas se transformam em duvidoso patrimônio comum das pessoas 'cultivadas'. O outro Nietzsche é o pensador e psicólogo insondável, inesgotável, o grande escrutados dos homens e juiz dos valores da vida, de uma capacidade espiritual e uma potência intelectual inigualada, a quem pertence o futuro mais longínquo."
Zerbst justifica seu livro como uma tentativa de aproximar do segundo Nietzsche os homens perspicazes e sérios de nosso tempo. (Do livro Minima Moralia, de Theodor Adorno.)

Nos últimos dez anos, evoluo de uma fase (de admiração) do primeiro Nietzsche para outra (de compreensão) do segundo. A poesia me levou ao nietzschismo apaixonado a partir do prólogo de Assim falou Zaratustra. A filosofia, por sua vez, obrigou-me a uma releitura de Nietzsche, vindo a compreender suas ideias principais, como a que perpassa suas obras: a nefasta influência da tradição judaico-cristã na sociedade ocidental.
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