O ritmo de um poema não é só conseguido pela métrica, observando certa regularidade na disposição de sílabas fortes (tônicas) em cada verso, mas também é resultante de "efeitos sonoros ou jogos de repetições", segundo Norma Goldstein. A repetição de sílabas fortes, de fonemas, de palavras ou até mesmo de versos constitui a base do ritmo. Se os clássicos se fundamentavam no metro para ritmar, os modernos preferem o ritmo de unidades maiores. O ritmo metrificado era necessário para sustentar a forma verbal independente da música (em que a poesia tivera origem). O ritmo livre é necessário para distinguir a poesia da prosa.
Fernando Pessoa escreve: "A arte que se faz com a ideia, e portanto com a palavra, tem duas formas - a poesia e a prosa. Visto que ambas se formam de palavras, não há entre elas diferença substancial. A diferença que há é acidental, e, sendo acidental, tem que derivar-se daquilo que é acidental, ou exterior, na palavra. O que há de exterior na palavra é o som: o que há, pois, de exterior numa série de palavras é o ritmo". (Transcrito do livro A Poesia - Uma Iniciação à Leitura Poética, de Armindo Trevisan.)
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