quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

INCLUSÃO DIGITAL

Nossa sociedade vive uma fase de transição nestes dias, de uma grande transição, de uma histórica transição: a substituição da escrita impressa no papel para a escrita eletrônica. O fenômeno se assemelha à descoberta e emprego da imprensa no século XV. Penso que apenas uma parcela muito pequena de pessoas sabe disso. Gêneros textuais consagrados pelo uso rapidamente são adequados ao ambiente digital, ganhando em velocidade, interatividade, não-linearidade, espacialidade, opções semiológicas etc. Os detentores da tecnologia inventada por Johann Gutemberg a exploraram por muito tempo (até ao presente), ou para ampliar seu poder político (quando em função do estado), ou para conservar o poder eclesiástico (em função da igreja), ou para mercantilização (nas mãos de grupos editoriais). A Internet veio para provocar o que os modernos linguistas denominam como "radicalização do uso da escrita". Infelizmente, 99% dos usuários da Rede continuam fissurados nas salas de bate-papo, msn, orkut... Não se aventuram no hipertexto, apenas como leitura, pesquisa; tampouco pensam, como nós, blogueiros, em produzir algo que se pareça com um dos gêneros conhecidos (notícia, opinião, poema etc.). Posso morder a língua, mas ouso dizer que a inclusão digital não acabará com o analfabetismo, por exemplo.

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