Nesta manhã, ouvi o programa do meu amigo Paulo Pinheiro, Santiago Atualidade. Um dos assuntos versava sobre a morte de bugios na região. Um dos dados não respondidos pela entrevistada, funcionária da vigilância ambiental do município, referia-se à média de vida desses primatas (que é de 20 anos). O problema colocado pelo repórter, muito interessante pelo seu aspecto não-antropocêntrico, diz respeito a uma forma de tratar a doença no paciente primário, o bugio.
Ao longo dos meus verdes anos, ouvia o ronco dos bugios a quase dois quilômetros de distância. Eles viviam folgadamente nas matas que margeiam o rio Rosário, entre o Rincão dos Machado e as fazendas que pertenciam a Maximiliano Flores e a Osvaldo Kempa. Raramente eram vistos no alto das árvores, do outro lado dos poços do Finado Pedro e do Cachoeirão.
Mais recentemente, quando servia no Pantanal (Forte Coimbra, Corumbá), pude conhecer esses parentes de ADN muito bem. Na primeira vez que os encontrei, fazia o contorno do Morro de Coimbra por dentro da mata. (Gostava de explorar o rio Paraguai e suas adjacências.) Corria por uma trilha, quando me vi debaixo de um enorme espécime vegetal, em cujos ramos se encontravam os buliçosos bugios. A poucos metros da minha cabeça, o bando, surpreendido, não conseguiu se dispersar antes que eu prosseguisse no reconhecimento. Outras vezes, fiz deles motivo de minha objetiva, apontada com frequência para jacarés, capivaras, tuiuiús...
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