O Juarez me vendeu um livro nessa manhã: Eros e civilização, de Herbert Marcuse.
Na Introdução, o autor escreve sobre a finalidade do que chama de ensaio: "contribuir para a filosofia da psicanálise".
Tudo o que mais gosto de ler, isto é, a teoria psicanalítica, sem as narrações demoradas de casos analisados empiricamente.
Excertos que iluminei nas primeiras páginas:
"O conceito de homem que emerge da teoria freudiana é a mais irrefutável acusação à civilização ocidental - e, ao mesmo tempo, a mais inabalável defesa dessa civilização. Segundo Freud, a história do homem é a história da sua repressão"
"A civilização começa quando o objetivo primário - isto é, a satisfação integral de necessidades - é abandonado"
"O inconsciente, governado pelo princípio de prazer, compreende 'os mais remotos processos primários, resíduos de uma fase de desenvolvimento em que eles eram a única espécie de processos mentais"
"O princípio de prazer irrestrito entra em conflito com o meio natural e humano. O indivíduo chega à compreensão traumática de que uma plena e indolor gratificação de suas necessidades é impossível. E, após essa experiência de desapontamento, um novo princípio de funcionamento mental ganha ascendência. O princípio de realidade supera o princípio de prazer: o homem aprende a renunciar ao prazer momentâneo, incerto e destrutivo, substituindo-o pelo prazer adiado, restringido mas 'garantido'. Por causa desse ganho duradouro, através da renúncia e restrição, de acordo com Freud, o princípio de realidade 'salvaguarda', mais do que 'destrona', e 'modifica', mais do que nega, o princípio do prazer"
"Com o estabelecimento do princípio de realidade, o ser humano, que, sob o princípio de prazer, dificilmente pouco mais seria do que um feixe de impulsos animais, converte-se num ego organizado".
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Desde 1982, quando fiz um trabalho sobre Totem e tabu na UFRGS, disciplina de Filosofia da Cultura, leio Freud e os pós-freudianos.
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