sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

AYLABD: UM FATOR DE DESIGUALDADE



A igualdade econômica e social é um mito, malgrado alguns países no setentrião europeu margearem a realidade. A Noruega, por exemplo, já apresenta um declínio na produção de petróleo, economia responsável por uma das melhores qualidades de vida do planeta.
        Para ilustrar um dos grandes problemas criados na Europa diante da onda imigratória dos últimos anos, imaginemos um país pequeno em extensão territorial com poucos milhões de habitantes. Ao contrário de países relutantes, a república de Ayland (em homenagem ao menino sírio Aylan Kurdi, que morreu afogado numa praia da Turquia) abria as fronteiras para as gentes do Oriente Médio e da África.
        A essa política de bom anfitrião, soma-se a vontade dos imigrantes de se dirigirem para lá. Cedo ou tarde, a desproporção no número de acolhimentos levou a própria Alemanha (segunda na preferência dos imigrantes) a propor um sistema de cota entre os integrantes da União Europeia.
         No momento em que o Reino Unido aprova o Brexit (cujos objetivos inclui maior rigor no controle da imigração), Ayland recebe um milhão de pessoas. O mundo não europeu comemora essa gentileza imigracionista, de elevada solidariedade.
        Felizmente, os aylandeses não suspeitam que a população recém-chegada vá provocar um desequilíbrio na economia de seu país, a constituir o germe já evoluído de uma desigualdade futura. Tampouco estão preocupados com as diferenças culturais (talvez inconciliáveis) trazidas de terras distantes.
        A distância nos permite contemplar, todavia, um quadro menos otimista, de início do fim de um modus vivendi alcançado com muito esforço pelos europeus nas últimas décadas. Segundo Harari (2018), os anti-imigracionistas concordam que tolerância e liberdade, por exemplo, são valores pouco cultuados nos países muçulmanos.


HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21; tradução Paulo Geiser. – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Froilam de Oliveira

Nenhum comentário: