quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

OLAVO DE CARVALHO


Hoje reencontrei Olavo de Carvalho. Muitos anos me separavam desse filósofo brasileiro, quando não perdia suas coluna no Zero Hora. Na mesma época, o Júlio Prates me emprestou O jardim das aflições. Por indicação de um outro leitor, acessei o site 

Olavo de Carvalho - Sapientiam Autem Non Vincit Malitia

A ironia de Olavo de Carvalho é de uma sutileza devastadora. Para prová-la, transcrevo uma página de seu livro:

"Na gritaria geral contra a falta de ética, ergueu-se finalmente a voz da filosofia para clarear as ideias do povo e indicar à nação o caminho do bem.

"É da tradição os filósofos abandonarem o silêncio da meditação para ir discutir às gentes, nas horas de escândalo e ruína. Sócrates ia pelas praças cobrando os direitos da consciência, aviltada pelos abusos da retórica. Leibniz, chocado com a guerra entre cristãos, clamava pela união das igrejas. Fichte, do alto de um caixote de beterrabas, convocava os alemães à defesa da honra nacional pisoteada pelo invasor. Não é de hoje que a filosofia assume o encargo de guiar o mundo, quando ele, desorientado e perplexo, já não consegue se guiar por si mesmo.

"[...]
"No caso brasileiro, a incumbência de figurar no papel de consciência filosófica nacional foi atribuída ao grupo de professores universitários que orbita em torno de Marilena Chauí, titular da Secretaria Municipal de Cultura, organizadora do ciclo de Ética do Masp e, last not least, autora de um premiado Convite à Filosofia, onde são servidas aos convidados algumas lições preciosas, como por exemplo a de que na lógica de Aristóteles 'o acidente é um tipo de propriedade' - mais ou menos o equivalente a dizer que na geometria de Euclides o quadrado é um tipo de círculo.
"Vejamos o que a consciência filosófica nacional, assim representada, pôde fazer para reconduzir ao bom caminho da ética uma nação perdida".
Sua crítica às conferências realizadas no MASP segue nesse estilo.

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