quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

BOLA DA VEZ



Depois de meio ano esperando na prateleira, em razão de outras leituras, passo a ler o terceiro livro de Marcelo Gleiser (que tem essa belíssima capa acima). Já li os comentários da contracapa, as orelhas, as epígrafes, nota ao leitor, prefácio e toda a parte um, até a página 73. A segunda parte inicia-se com o seguinte parágrafo:
"No ano em que minha mãe morreu, 1965, os astrofísicos norte-americanos Arno Penzias e Robert Wilson publicaram os resultados surpreendentes de suas observações. Nelas, ofereciam prova incontroversa de que o Universo teve uma infância quente e densa, e que vem se expandindo e resfriando desde então. Com apenas seis anos, jamais poderia imaginar que, enquanto minha vida entrava numa fase de enorme tristeza, a cosmologia entrava numa era de grandes descobertas. Penzias e Wilson provaram que o cosmo é como um imenso forno de micro-ondas, repleto de uma radiação cuja temperatura é de apenas 2,73 graus acima do zero absoluto, ou -270,42 graus centígrados. Para a surpresa do par de cientistas, físicos teóricos haviam já previsto que, caso o Universo houvesse surgido como descrevia a teoria do Big Bang, estaria mesmo repleto de radiação. Haviam também previsto que hoje, após bilhões de anos de expansão e resfriamento, essa radiação teria as propriedades das micro-ondas que os dois haviam medido com sua antena. Penzias e Wilson haviam encontrado um verdadeiro fóssil do Big Bang, um retrato do cosmo em sua tenra infância".
Escrevo sobre esse assunto, não porque um engraçadinho anônimo (que já faço ideia de quem se trata) insinua que leio apenas orelhas e rodapés, mas em razão de ser uma prática que desenvolvo desde meus primeiros escritos. Minha intenção é despertar nas pessoas que me leem o interesse por um ou outro livro. 

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