Um poeta português, talvez Ramalho Ortigão, atribuiu cores aos dias da semana. Domingo e segunda-feira tinham cores bem diferentes, dourado e cinza, por exemplo. A poesia permite tamanha subjetividade, sem a falsa objetividade dos movimentos místicos. Meu domingo, para desmistificar, teve uma cor nada agradável, com muita dor. Esta segunda começa azul.
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O Bianchini puxa a orelha de alguns blogueiros, admoestando-nos a ver os acertos (em relação à realização da Copa Santiago de Futebol Juvenil). Em postagem anterior, com o título "23ª Copa Santiago", fiz elogio ao show de abertura.
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O trabalho dos organizadores do evento não pode ser desmerecido por um simples erro de ortografia, concordo. Ao apontá-lo, esqueci de me colocar à disposição para a próxima edição da Copa, para fazer uma revisão dos documentos expedidos, anúncios, convites, enfim, de tudo o que fizer uso da escrita. Farei isso gratuitamente.
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Depois de assistir ao primeiro jogo do Grêmio na Copa Santiago, escrevi em meu blog:
[...] O futebol apresentado decresce em qualidade. Fui ver o grenalzinho. Como gremista autocrítico, prefiro ver os defeitos do meu time a difamar o adversário. O time do Grêmio é ainda pior que o do ano passado. O Inter, mais uma vez, como menos pior, apresenta-se como favorito a mais um título. Pensando no futuro do clube, isso é preocupante por subentender o descaso atual de seus dirigentes.
Acertei no ângulo.
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Alguém escreveu que a Copa apresentava um excelente nível técnico, apenas porque não havia ocorrido goleada. Visível é a decadência, o péssimo nível. A Copa Santiago reflete o futebol que se joga no Estado (veja como começou o Gauchão ontem), no país (o menos pior ganhou o campeonato), no mundo (a Copa na África foi decepcionante em qualidade).
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Erros ocorrem, como o do poeta que deu uma cor desagradável à segunda-feira. Sem dor, a minha começa azul, com a manhã a entrar pela janela deste apartamento.
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