Pela postagem abaixo, mais precisamente A frase criada pelos torcedores do Grêmio sobre a vinda do Ronaldinho é paradigmática: "Se não for por amor, não queremos traidor", recebi o seguinte comentário do meu amigo Weimar Donini:
Olá, Froilam. Uma correção que me parece oportuna e que certamente lhe passou despercebida. Quando uma parcela de torcedores do Grêmio (e de qualquer outro time) manifestam-se em nome da totalidade, istó é um erro de avaliação crasso, geralmente proposital, pra agregar valor e conferir importância. Quando isto é noticiado, muitas vezes por experientes profissionais, é um erro maior ainda. Inexiste unanimidade, seja qual for o assunto. Toda unanimidade é burra, dizia Nelson Rodrigues. Penso que podem falar em nome de um grupo, até majoritário, mas de uma parte e não do todo. Na notícia acima os caras falam em nome de um grupo e não em nome do todo. Pelo menos não em meu nome. Não lhes passei procuração para tanto. Um abraço tricolor.
Fui obrigado a mandar-lhe um e-mail, uma vez que havia uma contradição em sua análise. Ao mesmo tempo em que repete ser a unanimidade (totalidade) burra, nega a autenticidade da contestação feita pela parte. Para ter validade, segundo Donini, a reação deveria partir de todos os torcedores do Grêmio. Ele diz que a unanimidade não existe (e repete o jargão cuja originalidade se perdeu depois de seu criador, Nelson Rodrigues). No e-mail, respondo-lhe que a unanimidade não existe, mas evito a contradição de repetir que ela é burra. Se a inteligência não está com a unanimidade, com quem está? Com a minoria?
Os torcedores que expressaram o pensamento traduzido pela frase entre aspas, obviamente não estavam falando em nome da totalidade dos gremistas. Todavia, eles têm o direito de se expressar, com um arrazoado incontestável.
Devo fazer uma correção ao meu amigo (do que não se apercebeu):
a contradição nega o discurso, provando sua incoerência.
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