A reescrita é necessária, fundamental. Ela equivale às últimas pinceladas, quando não ao refazer parte ou toda a pintura.
Um texto, como um quadro, precisa ter coerência, equilíbrio.
Com relação ao quarteto
No reino do discurso, pedra bruta
toda palavra, apenas se habilita
o poeta, que (primeiramente) a fita,
disforme, inescrutável, absoluta.
minha avaliação crítica é de que devo substituir "do discurso" e "disforme".
O discurso tem a ver com a metonímia, com a prosa, com o eixo da contiguidade. A poesia é signo, metáfora. No eixo da seleção, posso substituir "do discurso" por qualquer outros termos sintagmaticamente equivalentes, com o mesmo número de sílabas. As possibilidades são reduzidas. Mas esse é o trabalho a que se refere Olavo Bilac em A um poeta: ... e teima, e lima, e sua!
A tarefa para substituir "disforme" é bem mais fácil. Qualquer palavra com três sílabas, paroxítona, terminada em vogal, da mesma classe de "inescrutável" e "absoluta".
O quarteto, por ora, fica assim:
No reino ................., pedra bruta
toda palavra, apenas se habilita
o poeta, que (primeiramente) a fita,
................, inescrutável, absoluta.
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