O romance de José Saramago foi editado pela Companhia das Letras, 2009. Revisão de Isabel Jorge Cury e Carmen S. da Costa. Por desejo do autor foi mantida a ortografia vigente em Portugal (que não obedecerá ao acordo tão facilmente).
Os dados acima autorizam a inferir que o livro não apresenta outros tipos de erros. Mas apresenta um erro de sequência (que no cinema é imperdoável). Na terra de Nod, Caim encontra um velho frequentemente.
Na página 44, "o velho que finalmente lhe apareceu pela frente ia a pé e levava duas ovelhas atadas por um baraço".
Na página 49, Caim conta ao olheiro que o interroga que já sabia alguma coisa sobre a terra de Nod, e o olheiro lhe pergunta "Um velho com duas ovelhas atadas por um baraço".
Na página 64, a narrativa prossegue: "Ao virar uma esquina encontrou-se de frente com o velho e as duas cabras atadas com um baraço". O velho é o mesmo do encontro anterior, menos os bichos (cabras no lugar de ovelhas) e a preposição ("com" no lugar de "por" um baraço).
Na página 74, "Caim tocou o jumento com os calcanhares, atravessou a praça, pensando se também agora iria encontrar o velho com as duas cabras atadas por um baraço".
Na página 75, "O velho das ovelhas não estava ali, o senhor, se era ele, dava-lhe carta branca, mas nem um mapa de estradas".
Trata-se do mesmo velho, que Caim desconfia ser Deus que se certifica de sua errância, ou sentença condenatória. Por que ora são ovelhas, ora são cabras? Seria apenas um incremento de disfarce? A fala do olheiro nega essa versão ao perguntar se o velho conduz ovelhas.
Como não é erro de tradução, visto que o livro foi escrito em português, trata-se de um "cochilo" de Saramago.
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