Um costume exclusivo dos adolenses, povo que vive numa grande ilha, consiste na união muito cedo entre seus jovens. Eles acreditam que só serão felizes com o primeiro amor. A tradição determina que a escolha ocorra entre 12 e 18 anos. Não há casos de narcisismo secundário, em que ele(a) tenha dificuldade para se relacionar com o outro. Todavia, nem sempre a primeira relação consegue chegar ao casamento. Aos frustrados, resta a esperança de encontrarem alguém nas mesmas condições. Mas a estatística é pouco generosa para esses casos, provando que acaba mal a maioria dos segundos relacionamentos. Isso equivale a dizer que os memes culturais (que poderiam romper com o establishment) desaparecem no espaço de uma geração a outra. Como não há psicólogos, sociólogos e outros subjetivistas, os valores éticos e morais preservam-se inatacáveis por questionamentos inconvenientes, sob a redoma da práxis social. Sem a ciência (ainda incipiente), ninguém sabe em Adol o que possibilita a felicidade dos casamentos prematuros: a inocência. Os adolenses a vivem simplesmente.
(Hoje fiz uma reflexão sobre a inocência. Imaginei um mundo quase fechado, onde ela fosse possível. "Adol" e "adolense" remetem a "adolescente". Obviamente.)
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