quinta-feira, 30 de agosto de 2007

FORMOSA

Formosa, qual pincel em tela fina
debuxar jamais pode ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
na primavera a rosa purpurina;

formosa, qual se a própria mão divina
lhe alinhara o contorno, a forma rara;
formosa, qual jamais no céu brilhara
astro gentil, estrela peregrina;

formosa, qual se a natureza e a arte
dando as mãos em seus dons, em seus lavores,
jamais soube imitar no todo ou parte;

mulher celeste, oh anjo de primores!
quem pode ver-te sem querer amar-te?
quem pode amar-te sem morrer de amores?


(Esse soneto de Maciel Monteiro foi o último que incluí no recital dos mais belos da literatura brasileira.)



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