terça-feira, 14 de agosto de 2007
CONSIDERAÇÕES (IM)PERTINENTES
O curso de Letras da URI agoniza a olhos vistos (para sobressalto do meu coração). Não há como dissertar criticamente sobre o assunto na terceira pessoa, dentro da praxe acadêmica. A nossa universidade cresceu tanto na última década que, sob seus raios luminosos, alguém surgirá para pensá-la melhor, “cria” extemporânea do conhecimento por ela mesma propiciado. Não me apresento como tal, embora tenha algumas considerações (im)pertinentes. Teço-as, após os quatro anos e meio na condição de graduando em Letras; durante a pós-graduação em Leitura, Produção, Análise e Reescrita Textual. Pelo ano 2000, a menina-dos-olhos (ou galinha-dos-ovos) era o curso de Direito. Nesse tempo, Pedagogia, Matemática, Letras, entre outros, eram relegados aos seus departamentos, sem mídia, cadeira estofada e cortina. Descortinados à sorte de suas licenciaturas. A estratégia para o crescimento do campus, sobretudo estrutural, foi e será repetida: Engenharia Agrícola, Arquitetura e Urbanismo, Enfermagem, Psicologia, Agronomia, Odontologia, Comunicação, Oceanografia... As universidades virtuais, a Unipampa, as mensalidades irredutíveis (inacessíveis para muitos pretendentes) e quejandos determinaram o esvaziamento dos cursos C e D da nossa Universidade. O próprio Direito, ultrapassado por outros mais recentes, já apresenta sinais de uma crise (quantum mutatus ab illo!). A década de ouro parece declinar para seu crepúsculo, para um ponto de fuga em que as perspectivas se estreitam. O último censo corrobora com o meu pessimismo. Já vislumbro a URI em 2020, novamente com turmas cheias nas letras. Nenhum estudo é mais humano (no sentido de constituir a essência do homem) do que o da língua.
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Um comentário:
Sim, escrevi meu último post, depois de ler Júlio Prates, Vivian e o seu, é relevante o declínio das presenciais, principalmente pelo preço das mensalidades, muito além da realidade da maioria dos salários da região. Sem falar no resto...
Abraços...
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