A moral manda, a ética recomenda (faço minhas as palavras de Sponville). O Cristianismo, no que concerne ao afeto, é uma ética. Jesus não manda amar o próximo, ainda que seu enunciado esteja no imperativo. O amor não é comandando. Por isso, ética cristã. A cada cristão, que se digne ser assim chamado, não basta amar o próximo por obediência à doutrina (aliás, esse sentimento não é amor), mas querer amar o próximo. A religião não é uma verdade, mas um valor que se institui por intermédio da vontade, do desejo de quem a segue fielmente. A realidade (que é uma verdade) demonstra que não há amor entre as pessoas, exceto dentro da família (âmbito que também se presta para desenvolver o egoísmo). Não há amor mesmo. No máximo, alguns gestos e ações de caridade. Dessa forma, a lembrança de Jesus Cristo na época do Natal é uma contradição escancarada. O grande interesse de cada um e de toda a sociedade é de consumir e consumir. A propósito, as reuniões familiares acabam justificando o excesso de consumo (no sentido comercial e gastronômico). Por isso, a figura do Papai Noel faz mais sucesso, como grande protagonistas das Festas Natalinas.
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