domingo, 5 de agosto de 2012

MENSALÃO (MAIS UMA VEZ)

Recebi e-mails me atribuindo o mesmo "ranço ideológico" dos que negavam a existência do mensalão. Ideologia? "Representação imaginária", na definição de Louis Althusser. Falo de representações reais. Não é invenção minha o julgamento que está ocorrendo em Brasília. O Supremo Tribunal Federal lá está reunido, há um procurador-geral da República com um imenso processo e uma lista de réus. Isso não é uma "representação imaginária". A mídia está la para acompanhar o julgamento. Também não é culpada, como querem os petistas. Sem a mídia, continuaria o processo. Engraçado, em relação à CPI do Cachoeira, esses mesmos petistas não reclamaram da grande mídia, contentes com a cortina de névoa que se formava no país. Uma cortina que encobrisse o mensalão, que postergasse sua reaparição. 
Desse julgamento, repito, depende o futuro ético do país. 

Um comentário:

Blairo Caldas disse...

Prefiro a definição de ideologia de Marilena Chaui, aquilo que pessoa ou pessoas utilizam como princípios para orientar seu comportamento político na sociedade.
Comportamento político que mostramos através de ações, sejam elas: físicas ou na emissão de nossas opiniões pró ou contra.
A realidade do julgamento do mensalão é inquestionável, lá estão: Juízes, procurador, advogados e réus e haverá uma sentença, que muitos na hora de opinar esquecem-se que ela também pode ser de absolvição.
A época da caça as bruxas já passou, não basta acusar para lançar alguém a arder no fogo, precisam haver provas.
Visão caolha, esta de que o futuro ético do país passa pelo mensalão, poderia passar também:
- Pelo julgamento do valérioduto mineiro, não menos importante que o mensalão.
- Pelo esclarecimento da morte por afogamento do assessor de Yeda Crusius as vésperas de depor.
Querer tirar a legitimidade da CPI, só porque ela fustiga a combalida oposição do país, é um ato aético de quem tanto prima pela ética.