O
homem continua a não refletir sobre as consequências das ações que realiza para
assegurar seu conforto físico e psicológico. Em tempos primevos, ele agia
forçado pela própria sobrevivência, o que era procedente. Construiu edificações
à beira de rios, lagos, mares e oceanos, entre outros motivos para dissolver o
fluxo putrefato de suas cloacas. Multiplicou-se de tal forma que foi obrigado a
ocupar os interiores, onde as águas eram escassas. As cidades cresceram, e a
demanda pelo líquido precioso superou a oferta in natura. A solução foi criar reservatórios e estações de
tratamento, empresa que, em Santiago, coube à Companhia Riograndense de
Saneamento. Com as raras chuvas que se precipitaram este ano, a barragem
diminuiu seu volume de água a um nível jamais visto anteriormente. Das
alternativas apontadas (por ambientalistas, inclusive) para fazer face à crise,
uma consiste em perfurar poços que alcancem o aquífero Guarani. As
justificativas para tal procedimento são as mais imediatistas, com um desdém
pelo futuro que assombra a consciência mais evoluída. A frase retirada de um site é sintomática: “A quantidade de
água doce (do aquífero) seria capaz de abastecer a população mundial por mais
de cem anos”. Isso é para ser inacreditável. Estudos mais recentes, como o
realizado pela Universidade Estadual de São Paulo, indica que há menos água do
que se pensava há algumas décadas. Mesmo que abastecesse a aldeia global por
cem anos, e daí? Que tempo é esse, considerando-se a história desde o primeiro
hominídeo? E depois de passados os cem anos? Aonde buscaria água nossa espécie?
Das calotas polares? Dos oceanos? O aquífero deve ser preservado de possível contaminação e de esgotamento.
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