Há uma unanimidade discursiva no país: o brasileiro não sabe votar. Obviamente, incluo-me entre as exceções. Já expressei minha opinião sobre essa questão mais de uma vez. É o que dizem, a posteriori, em razão dos resultados. A priori, todavia, ninguém ensina como o brasileiro deve votar corretamente.
Democracia é maioria. A maioria sempre elege seus representantes para legislar, agir, tomar decisão por ela. Pela maioria, vírgula. No centro da minoria de políticos beneficiada, estão os interesses próprios. Não demora, a maioria se bandeia, fazendo coro com a minoria que votou contra.
Agora me ocorre o seguinte: no poder, o eleito pela maioria, pensando em se manter popular ou até mesmo se reeleger com segurança, passa a defender minorias. No Estado do Rio Grande do Sul é isso que se observa há muito. Em termos de classe, os professores são maioria, sempre elegeram o governador e depois o derrotam pelo voto (caso não o consigam pela greve).
Os professores deveriam reconhecer que não sabem votar? Não, por uma razão muito simples: qualquer que seja o eleito, entre os diversos candidatos ao Piratini, acabará se defrontando com os professores.
Para vereador, trazendo o questionamento para o ambiente santiaguense, arrisco uma dica de como devemos votar: o(a) candidato(a) deve ser limpo(a) de caráter. Como saber? É fácil: basta buscar informações sobre sua família, suas amizades, seus afazeres, seus negócios...
Infelizmente, não parece ser esse o princípio que norteia o eleitor. Aquém ou além do partidarismo, o favor, a cesta básica, o remédio, o dinheiro são mais convincentes que o caráter. A raiz da corrupção, uma imensa árvore que ensombra o território brasileiro, finca-se em solo local. Uma aparente boa ação (uma soma delas), com fins eleitoreiros, não poderia confundir os incautos e os corruptíveis.
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