O bispo auxiliar do Ordenariado Militar do Brasil, José Francisco Beltrão, esteve em Santiago nessa quarta-feira, para rezar uma missa na Igreja Matriz. Ontem foi celebrada a Páscoa dos Militares na guarnição, um evento religioso cuja extemporaneidade tem uma explicação muito simples: o soldado cristão em campanha, não podendo comemorar com os seus familiares a Páscoa no tempo certo, passou a comemorá-la após seu retorno.
Com 18 anos, por ocasião da minha incorporação ao Exército, não entendi por que celebrar a Páscoa fora de sua data prefixada em tempo de paz. Nessa época já me perguntava muitas coisas (filosoficamente). O germe ou meme do ateísmo não se contentava com respostas prontas, fundamentadas no próprio mito.
Em sua homilia para explicar a origem da Páscoa, o bispo Beltrão falou meia hora em História Natural, Astronomia, Psicologia, Filosofia... Do que disse, anotei na minha caderneta o mais interessante: "o homem criou os deuses". Xenófanes já expressara essa verdade há dois milênios e meio. O bispo - que veio de Brasília para rezar com os militares católicos -, com essa verdade, argumentava sobre o politeísmo. No momento em que fazia a anotação, deixei de ouvi-lo explicar como o monoteísmo judaico, cristão e islâmico significa o inverso: "deus criou os homens". A crença num deus único, diga-se de passagem, os judeus trouxeram do Egito.
Qual a diferença entre "o homem criou deuses" e "o homem criou deus"? Por favor, leiam A essência do cristianismo de L. Feuerbach.
Pela primeira vez, com estes ouvidos que a terra há de, ouvi uma autoridade religiosa adequar a doutrina cristã à ciência, ao conhecimento. Um avanço extraordinário, considerando-se o milênio inquisitorial, ao longo do qual a ciência era considerada coisa do demônio. O bispo Beltrão associou, sem nenhum problema, o Big Bang ao "Faça-se a luz!" bíblico. Já escrevi sobre essa adequação. Vida extraterrestre, por exemplo. Mesmo que ela se comprove futuramente, após uma resistência inicial, os crentes saberão adequar sua fé ao fato novo.
A força da fé é inegável. Depois de resistir a Copérnico, aos absurdos da igreja e dos homens, a Darwin, a Nietzsche, a Freud, à genética... o que dizer dela?
Por que seria verdadeiro o deus dos judeus, dos cristãos e dos islâmicos? Falso todos os outros. Aliás, os cristãos não consideram verdadeiro o deus dos judeus e dos islâmicos, uma vez que consideram simples profetas Jesus Cristo (essa idealização de Paulo de Tarso). Nem Javéh nem Alá. Apenas o deus que se triparte em pai, filho e espírito santo.
Não gosto de parecer imodesto, mas o futuro confirmará isto: as sagradas religiões judaica, cristã e islâmica serão consideradas nada mais que mitologias. Apenas mitologias, que, por um tempo determinado, foram consideradas religiões verdadeiras em razão das práticas, dos ritos que as mantinham vivas.
Em sua homilia para explicar a origem da Páscoa, o bispo Beltrão falou meia hora em História Natural, Astronomia, Psicologia, Filosofia... Do que disse, anotei na minha caderneta o mais interessante: "o homem criou os deuses". Xenófanes já expressara essa verdade há dois milênios e meio. O bispo - que veio de Brasília para rezar com os militares católicos -, com essa verdade, argumentava sobre o politeísmo. No momento em que fazia a anotação, deixei de ouvi-lo explicar como o monoteísmo judaico, cristão e islâmico significa o inverso: "deus criou os homens". A crença num deus único, diga-se de passagem, os judeus trouxeram do Egito.
Qual a diferença entre "o homem criou deuses" e "o homem criou deus"? Por favor, leiam A essência do cristianismo de L. Feuerbach.
Pela primeira vez, com estes ouvidos que a terra há de, ouvi uma autoridade religiosa adequar a doutrina cristã à ciência, ao conhecimento. Um avanço extraordinário, considerando-se o milênio inquisitorial, ao longo do qual a ciência era considerada coisa do demônio. O bispo Beltrão associou, sem nenhum problema, o Big Bang ao "Faça-se a luz!" bíblico. Já escrevi sobre essa adequação. Vida extraterrestre, por exemplo. Mesmo que ela se comprove futuramente, após uma resistência inicial, os crentes saberão adequar sua fé ao fato novo.
A força da fé é inegável. Depois de resistir a Copérnico, aos absurdos da igreja e dos homens, a Darwin, a Nietzsche, a Freud, à genética... o que dizer dela?
Por que seria verdadeiro o deus dos judeus, dos cristãos e dos islâmicos? Falso todos os outros. Aliás, os cristãos não consideram verdadeiro o deus dos judeus e dos islâmicos, uma vez que consideram simples profetas Jesus Cristo (essa idealização de Paulo de Tarso). Nem Javéh nem Alá. Apenas o deus que se triparte em pai, filho e espírito santo.
Não gosto de parecer imodesto, mas o futuro confirmará isto: as sagradas religiões judaica, cristã e islâmica serão consideradas nada mais que mitologias. Apenas mitologias, que, por um tempo determinado, foram consideradas religiões verdadeiras em razão das práticas, dos ritos que as mantinham vivas.
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