domingo, 17 de junho de 2012

COLIGAÇÃO (OU DECADÊNCIA)

Verdades são necessárias, nem que o mundo se faça em estilhaços (já sentenciava o sábio). Vejo na política santiaguense sinais da pior política feita no país, ou seja, de um partido que, chegando ao governo, tudo faz para não perdê-lo. Aqui o PT não chegou a lugar algum, felizmente, mas já aprendeu a grande lição do Lula: coligar-se. Não há mais ideologia, senão a falácia que ainda chamam de democracia. Parte dos militantes dos anos oitenta se revolta e funda um novo partido (qual Luciana Genro); parte se mantém calada, sofrendo na observância às novas orientações do partido (qual meu amigo Juarez Girelli); parte, a grande parte, adapta-se às mudanças, condicionada pela cantilena arrivista de seus líderes. A coligação a qualquer preço levou os recém-chegados ao governo a instituir o chamado "mensalão", cujo julgamento já deveria ter ocorrido, sob pena de Brasília tornar-se igualmente a capital da corrupção, da imoralidade. A coligação já é uma forma de decadência, dentro dos próprios partidos e - por extensão - dos segmentos sociais representados por eles.
Não posso me limitar a essas verdades, qual arauto da degeneração ética (à frente de outras formas de degeneração, como a ambiental, por exemplo). Elas me causam nojo. A Literatura é tábua de salvação. Arte que torna tão verdadeiro o enunciado nietzschiano: "a existência do mundo não se pode justificar senão como fenômeno estético".   

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