Rio -20: essa inversão do sinal é uma possibilidade, que somente agora, a posteriori, passa ao domínio da crítica. O insight me ocorreu nos dias em que os diplomatas se reuniam no Rio de Janeiro para a produção de um texto sobre a sustentabilidade. Para ser mais exato, dia 20 de junho. A sacada nada tinha de profético, uma vez que se sustentava na observação, na experiência. Todos os encontros entre chefes de governo anteriores, a partir da Conferência de Estocolmo (1972), produziram documentos sem qualquer resultado prático, ecologicamente correto. Para dar um exemplo (que meus leitores possam entender muito bem), cito o Protocolo de Kioto (1997), o qual propunha a redução de 5% na emissão do dióxido de carbono até 2012. Em vista de certas urgências, quinze anos é tempo em demasia. Já vivemos 2012, sem redução alguma do CO2. Pelo contrário, o boom de desenvolvimento na última década, mais visível na China, índia e Brasil (inclusive), tem como consequência um aumento incalculável na produção do gás carbônico. Somando-se a essa causa, o desflorestamento continuou desenfreado. Kioto foi uma piada. Rio +20, uma piada. A despeito da seriedade que exige as questões ambientais, essas conferências apresentam certo potencial cômico, muito sutil (por conta da contradição entre o texto e a sua desconexão com a realidade). Rio +20 faz referência à ECO92, realizada na “Cidade Maravilhosa” em 1992. Mais vinte anos pode parecer que houve uma evolução no trato do meio ambiente. Todavia, não é isso o que está acontecendo efetivamente. O estado de degradação do planeta já abriu contagem regressiva. Por isso, Rio -20. Vinte anos a menos. Pronto o texto, formou-se uma avalanche de opiniões para criticá-lo. De certa forma, ele reflete a incompetência crônica para a execução de uma agenda séria.
(Nosso planeta é amiudamente comparado com uma nave, ou com um navio. Somos seus tripulantes. Baseado no texto acima, comparo-o ao Titanic, o imenso transatlântico que naufragou em 14 de abril de 1912, quando realizava a viagem inaugural entre Southampton (ING) e Nova York (EUA). O capitão, mesmo alertado da possível existência de iceberg na região em que navegavam naquela noite, ordenou qualquer coisa como "máquinas a todo vapor". Sem os equipamento óticos (apenas encomendados para a embarcação), os marinheiros na cabine de comando avistaram o grande iceberg a uma distância incapaz de evitar o choque. Hoje o planeta-navio desloca-se numa velocidade (a)celerada. Lotado com 7 bilhões de humanos, que não fazem outra coisa senão alimentar as máquinas propulsoras. Os alertas estão sendo inúteis. Até quando...?)
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