sábado, 23 de junho de 2012

RAPIDEZ VERSUS DEMORA

Não discutirei aqui a legalidade do impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo; se houve golpe (como dizem uns), ou se o processo respeitou os princípios da democracia (como defendem outros, entre os quais um analista entrevistado num canal de TV). Outrossim, não saberei dizer se o impeachment foi consequência de uma instabilidade política, ou se desencadeará a instabilidade no país vizinho. 
Depois do governo ditatorial de Alfredo Stroessner, com duração de trinta anos, os paraguaios demonstram que aprenderam a lição e, por intermédio de seus congressistas, julgaram sem demora pelo impeachment. A repercussão no Brasil é de estranhamento, não quanto à (i)legalidade do processo, senão de sua rapidez. Estamos acostumados com a lentidão do nosso Congresso, quase como uma estratégia para a acomodação, para a impunidade. Somos cordiais (como bem definiu o grande sociólogo) até com os nossos corruptos e criminosos. Um excesso de direitos (e uma subjetividade na interpretação do direito) faz com que também nossa justiça seja de uma morosidade a toda prova. O impeachment de Fernando Collor foi uma exceção. Pela rapidez, não por outro motivo. Depois de Collor, coisas piores acontecem no Brasil, mas se é para "desestabilizar a democracia" que fique assim.

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