Os pais sempre falam para seus filhos não brincarem com o fogo, para não meter a mão no fogo, porque tal brincadeira acabará com uma queimadura. Por mais cuidadosos, repetitivos com a recomendação, os pais quase sempre fracassam em sua educação protecionista. Cedo ou tarde, os pequenos acabam metendo o dedo (a mão) no fogo, nem tanto para desobedecer simplesmente os pais, senão por desconhecimento empírico. A certeza de que o fogo queima é menor que a curiosidade de comprovação. A razão da obediência, menor que o instinto da desobediência. O resultado disso é uma queimadura (simples ou grave), não apenas no dedo, na mão dos novos aprendizes, mas de qualquer parte do corpo. Apenas depois da queimadura é que o conhecimento se torna efetivo.
Um paralelo pode ser traçado entre a criança que ainda não se queimou e o usuário da água, cuja semelhança maior é a falta de conhecimento efetivo (necessário para a conscientização). A exigência que se faz ao consumidor, no sentido de que ele não desperdice a água limpinha que sai das torneiras, equivale ao pedido para a criança não brincar com o fogo. Mesmo sendo noticiado o fato de que a nossa barragem se encontra no nível mais baixo dos últimos 40 anos, apelando-se para a economia, a maioria dos usuários não mudará seus hábitos em nada parcimoniosos. A imagem da nossa barragem secando dia após dia e o racionamento forçado terão o efeito benéfico de despertar a população para o problema. Com a falta efetiva de água (que equivale à queimadura, no caso do fogo), o processo de conscientização dará um salto para frente.
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