Nos comentários abaixo, cito as cidades como sendo o câncer dos rios. Há muito escrevi isso e isto: constitui um equívoco dizer que os rios atravessam as cidades (o Tietê, São Paulo, por exemplo). Foram as cidades que se atravessaram no fluídico e natural caminho dos rios. Pela genealogia, que institui um valor, os rios vieram primeiro.
Pois bem, tenho pensado muito na seguinte questão: não haveria como ser diferente, isto é, as cidades não atacarem os rios, como um câncer ataca um organismo vivo. Mesmo que os homens da Idade Média (quando começou a formação dos burgos) tivesse consciência do mal que seu hábito de cagar no rio representasse um mal, ainda assim, ele não poderia evitá-lo ab origine. A imposição da realidade no curso histórico é evidente. Por exemplo, as duas grandes guerras, ocorridas no século XX, jamais seriam evitadas por qualquer cabeça humana. Elas se justificam historicamente. Aliás, as cabeças mais evoluídas da época acabaram conspirando para que as guerras se tornassem reais. No caso dos arrozeiros, os quais secam os rios, visando à otimização de sua produção agrícola, poderia ser diferente? Não. A chamada consciência ecológica é impotente para impedir a pulsão (que é de natureza inconsciente) que motiva o indivíduo a lucrar, a enriquecer. O homem destruirá o planeta, a despeito de sua razão possa se mobilizar no sentido de impedir que isso ocorra.
Você é capaz de compreender e de aceitar o raciocínio acima?
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